Na abertura da conferência "África do Século XXI", realizada ontem em Luanda para assinalar o Dia de África, o governante considerou que o continente continua refém dos critérios e prioridades de intervenção dos parceiros externos, dificuldades que influenciam de forma negativa o seu crescimento sustentável.

Manuel Augusto lamentou ainda que os actuais recursos da União Africana sejam extremamente limitados, sendo as fontes externas a alternativa para a execução dos vários programas e projectos iniciados pelos órgãos da organização.

"Esta situação torna a nossa organização continental vulnerável às manobras externas e levanta a questão da preservação das independências e soberanias africanas", sublinhou o responsável, acrescentando que esta realidade traduz-se no "risco potencial do surgimento de conflitos incitados a partir do exterior".

Para inverter este quadro, o secretário de Estado defende que a urgência de identificação de "fontes inovadoras de financiamento para impulsionar o processo de integração económica e política".

O governante enumerou alguns dos grandes problemas que o continente ainda enfrenta, nomeadamente em relação ao crescimento demográfico, globalização, escassez de recursos financeiros, ineficiência das economias, falta de contribuição dos Estados-membros, resolução, gestão e prevenção de conflitos, ingerência externa, terrorismo

"É imperativo que construamos um continente unido e forte, onde os povos partilhem uma identidade africana comum, evitando deste modo que ingerências externas nos levem à fragmentação e separação", frisou.

O secretário de Estado reafirmou que a diplomacia angolana vai continuar a criar condições para enfrentar os grandes desafios internacionais e aprofundar as relações político-diplomáticas, de cooperação económica, científica, técnica com os parceiros internacionais.