"A nomeação de Isabel dos Santos para PCA da companhia petrolífera estatal angolana Sonangol é bastante compreensível", defende Kurt Davis Jr, numa análise publicada na terça-feira, 19, no site AFKInsider, focado em investimentos em África.

Começando por retratar a empresária como "uma mulher de negócios astuta", com uma fortuna avaliada em 3,3 mil milhões de dólares, o especialista, com experiência no mercado da energia e commodities, reforça a ideia de que Isabel dos Santos é a escolha que qualquer "Presidente inteligente deveria fazer para governar uma petrolífera estatal".

Apesar de lembrar que os críticos contestam a opção do Chefe de Estado José Eduardo dos Santos, pelo facto de ter nomeado a própria filha - que, por sua vez é "atacada" por gozar de privilégios - Kurt Davis Jr desvaloriza a argumentação.

"Esta crítica perde peso quando todos nós reconhecemos facilmente apelidos como Bush, Clinton e Kennedy", considera o especialista, para quem, até prova em contrário, a trajectória da empresária de 43 anos deve ser reconhecida, independentemente da proveniência familiar.

"Não ignoremos que ela representa a mudança em África. A sua rápida ascensão até ao topo é a pedrada no charco ideal num mundo de negócios africano dominado por homens", escreve o consultor, descrevendo Isabel dos Santos como uma "líder qualificada".

Segundo o especialista, a empresária não só é competente para renovar e conferir uma nova energia e impulso à Sonangol, como atrai a admiração dos líderes estrangeiros.

"A sua escolha não é necessariamente um sinal de corrupção", sublinha Kurt Davis, recordando que o contrário do passado da petrolífera estatal, "minado" por problemas de gestão, o histórico da nova PCA caracteriza-se pela sua capacidade negocial.

"Se Isabel dos Santos for bem-sucedida na Sonangol, deveremos perguntar: E porque não a presidência de Angola?", remata Kurt Davis Jr, acrescentando que a empresária pode seguir a cartilha de Hillary Clinton, e "dar a Angola a sua primeira Presidente".