Em causa está a entrevista do deputado da UNITA publicada pelo jornal luso Diário de Notícias, em que afirma que em "eleições livres e transparentes", o MPLA "não iria além de 10% dos votos".

"Isto é uma chantagem de um deputado que quer ser bem-visto em Portugal. Esses discursos deviam ser feitos aqui em Angola e não em Portugal, manchando assim o nome do nosso país. A UNITA quer é iniciar confusão para quando perder [as eleições] dizer que houve fraude", criticou o general angolano, em declarações aos jornalistas, em Luanda.

Na entrevista ao diário português, comentada durante o dia de hoje em Luanda nos círculos políticos, o deputado da UNITA - que integrava a comitiva do partido que em maio se envolveu em confrontos mortais com militantes do MPLA em Benguela - afirma que "nunca como hoje o regime do MPLA esteve tão em baixa de popularidade e se mostrou tão incapaz de responder aos problemas da sociedade, e mesmo de ir ao encontro dos anseios da sua própria massa eleitoral".

"A UNITA é a UNITA. Nós conhecemos, a UNITA não está sozinha, nós estamos a acompanhar a movimentação. A UNITA é um produto muito tóxico, pode-se lavar com lixívia, com sabonete, que a nódoa não sai, é perigosa", atirou Bento dos Santos 'Kangamba'.

O dirigente do MPLA garante que é preciso "dialogar" com o maior partido da oposição, mas descarta que a UNITA venha a ser poder em Angola em breve: "Ninguém aqui foge de dizer que as coisas não estão bem. Mas, honestamente, a população de Angola não espera que a UNITA um dia melhore as condições, espera que haja algum sacrifício do Governo para melhorar as condições sociais", afirma, sempre recordando a destruição e mortos provocados por quase trinta anos de guerra civil.

"É claro que quando se entra em crise o partido no poder tem problemas, por falta de água, de energia, de alguma coisa. Mas o Governo tem estado a criar condições", insiste o general angolano.