João Ndembua, realizador da festa no município do Cazenga, explicou ao Novo Jornal Online que a actividade foi patrocinada por um empresário e que a juventude do MPLA (JMPLA) só ajudou a montar o cenário que estava decorado com as cores do partido e distribuiu as camisolas e os bonés.

Numa ronda feita pelo Novo Jornal Online no município do Cazenga e nos distritos do Sambizanga e do Rangel, foi possível constatar centenas de jovens em convívios realizados à volta de barris de fino e caixas de cerveja.

Segundo o realizador da festa, João Ndembua, no Município do Cazenga, bairro da Comissão, foram montadas 10 mesas e quatro barris de fino e foram disponibilizadas 24 caixas de cerveja.

O palco da comemoração no distrito do Rangel foi no campo da Cidadela, onde só puderam participar aqueles que estavam trajados com as cores do partido dos camaradas.

Matias Damásio, Yola Semedo, entres outros músicos, animaram o público.

O consumo de bebidas de borla foi a satisfação de muitos que se faziam presentes no local, como é o caso do jovem Carlos Lombo que está "sempre atento" quando chega o mês de Agosto.

"Dificilmente perco actividades do género porque a minha mente já está programada para o mês de Agosto porque sei que, de qualquer das formas, vai haver sempre farras de borla por causa do aniversário do Presidente em qualquer parte da cidade", disse o jovem de 27 anos, engraxador na parte baixa da cidade de Luanda.

Incentivo ao consumo de álcool?

De acordo com o sociólogo Carlos da Conceição, estas são práticas que devem ser condenadas porque, "se estamos a combater o consumo excesso de bebida alcoólica por parte da juventude, não se deve criar espaço para a promoção de bebidas alcoólicas".

O sociólogo acrescentou ainda que a comemoração do aniversário da mais alta magistratura do país é respeitado por todos e que não se deve aproveitar para a realização de festas com bebidas gratuitas, responsabilizado os organizadores e os patrocinadores da mesma actividade.

"Se calhar muitos hoje faltaram às aulas porque estão ressacados e não é desta forma que se pode construir uma sociedade sadia", disse Carlos da Conceição, ao mesmo tempo que defendeu a "responsabilização dos organizadores destas festas".