Zhang Liwei era procurado pelas autoridades chinesas desde o ano 2000, quando, alegadamente com cúmplices, assassinou três pessoas, mas escapou e foi, até assumir o cargo de abade do mosteiro, entre outras profissões, cozinheiro e bilheiteiro do mesmo templo budista.

A imprensa chinesa, citada pela Lusa, refere que Liwei, após o incidente, que ocorreu na província de Heilongjiang, no nordeste da China, fugiu para o sul da província de Anhui, a quase 2 000 quilómetros, tendo adoptado uma nova identidade.

Expedito, Zwang Liwei, rapou o cabelo e iniciou a caminhada que o levaria a ser aceite pelos monges do mosteiro a ponto de por eles ser escolhido para os liderar, tornando-se, primeiro, membro do órgão de consulta político e, depois, abade do mosteiro por recomendação do antecessor.

Apesar de expedito, Liwei esqueceu-se que, apesar de ter mudado o corpo e a alma, as impressões digitais, essas, são perenes.

E foi precisamente por causa das impressões digitais que foi encontrado pela polícia chinesa, que deu conta que as marcas dos dedos do monge budista, tiradas quando este requeria um passaporte para viajar para o exterior, eram , afinal, iguais às do presumível assassino de três pessoas, há 16 anos.

O jornal chinês Beijing News adianta que os monges, após a detenção, enalteceram os feitos de Liwei, recordaram que o mosteiro deu mais de 130 mil euros para caridade sob a sua liderança e que o abade era responsável directo por dois órfãos que tinha sob sua protecção.

Mas nem todos foram nos encantos de Zhang Liwei. Uma das religiosas lembrou que "o Buda ordena ao arrependimento", por isso, ele "deveria ter-se entregue se de facto se arrependeu do que fez".