Dilma Rousseff foi hoje afastada em definitivo da Presidência brasileira pelo Senado, que votou pela perda do mandato, tendo 61 dos senadores votado pelo chamado "impeachment" e 20 contra.

Após esta votação, que culmina anos de lutas políticas e jurídicas entre Dilma Rousseff e o seu Partido dos Trabalhadores (PT), e os partidos da direita brasileira, e, mais precisamente, nove meses de processo aberto de destituição (impeachment), o Brasil permanece dividido como nunca e a imprensa do país já admite que este dia pode marcar um prolongado tempo de protestos nas ruas das cidades brasileiras.

A, agora ex-Presidente do Brasil, foi condenada pela câmara alta parlamentar, por causa de três decretos no ano passado à margem do Congresso e ainda por causa da utilização de verbas dos bancos públicos em actividades governativas, dando coro, segundo os senadores, à popularmente denominada "pedalada fiscal", que são, afinal, manobras contabilísticas tidas como usuais dos diversos governos que ocuparam o poder em Brasília.

Rousseff acaba assim por ser a primeira Presidente destituída desde 1980, quando foi derrubada a ditadura militar, porque Collor de Mello, em 1992, não chegou a ser alvo de "impeachment" porque se demitiu, renunciando o cargo, antes da conclusão do processo iniciado contra ele nesse sentido.

Michel Temer assume, assim, em definitivo o cargo de Presidente da República por um período de cerca de dois anos, até à realização de novas eleições.

O Senado decidiu ainda que Dilma poderá exercer cargos públicos no Brasil que não a Presidência, à qual não se poderá candidatar.