Em declarações à Rádio Nacional, a judoca mais titulada do país, Antónia de Fátima "Faia", acusou a direcção da Federação Angolana de Judo de inscrever familiares nas provas internacionais, deixando de fora os interesses dos atletas.

Segundo "Faia", numa dessas ocasiões até "um moço que vendia saldo nos congoleses" constava da caravana de atletas.

Os abusos, de acordo com a campeã africana, que disputou recentemente os seus terceiros Jogos Olímpicos, no Rio de Janeiro, incluem a atribuição de passaportes de serviço a falsos judocas, enquanto os atletas são excluídos desse processo.

"Faia", que este ano conquistou a medalha de bronze no Campeonato Africano realizado na Tunísia, aponta como exemplo flagrante dos excessos federativos a presença no Campeonato do Brasil de Judo, em 2014.

"Passámos mal", resume a atleta, adiantando que pagava as deslocações para as provas do próprio bolso, da mesma forma que a alimentação acabou por ser assegurada por outro atleta.

"Para comermos, o nosso colega Casimiro Bento, que vivia em França, usava o cartão [bancário] dele", conta "Faia", sem poupar ninguém.

"Aquilo foi uma desorganização. Do presidente ao vice-presidente, secretário-geral e treinadores".