A polícia deu por terminada a operação desencadeada nas proximidades da pastelaria Pérola da Avenida, na Rua Tomás Vieira da Cruz, Vila Alice, onde, hoje de manhã, um grupo de indivíduos alegadamente assaltou, neste estabelecimento, um homem que acabara de levantar dinheiro num banco próximo, acabando, numa situação ainda não explicada cabalmente, por escapar ao cerco de a polícia montou no local perto das 09:00.

O inspector-chefe Mateus Rodrigues, porta-voz da Polícia Nacional (PN), explicou aos jornalistas, quando, cerca das 16:30 foi dada por terminada a operação policial no local, que as investigações continuam agora para determinar a identidade dos presumíveis assaltantes.

Durante mais de sete horas, a PN esteve, com recurso a dezenas de agentes de vários departamentos da corporação, a cercar toda a área envolvente do restaurante, mas acabou por não conseguir deter o grupo de indivíduos que, segundo relatos de testemunhas no local ouvidos pelo Novo Jornal Online, "saíram pelo buraco da agulha", tal era a quantidade de agentes no local ou, sendo esta outra versão, já não estavam no local quando a polícia chegou.

De acordo com a proprietária da pastelaria, eram sete os indivíduos que ali entraram, às primeiras horas da manhã, cerca das 08:00, quando, "um senhor com uma mala", presumivelmente com dinheiro, porque tinha acabado de sair do banco, se sentou e, pouco depois, apareceram os indivíduos.

Ainda de acordo com a mesma fonte, um dos indivíduos "arrancou a mala da mão do homem que tinha saído do banco e fugiu de mota". Os restantes seis, ainda dentro da pastelaria, foram surpreendidos pela polícia, que tem uma esquadra móvel muito próximo, no Largo do Amor.

É então que, perante o cerco da polícia, os seis indivíduos, ainda dentro da sala da pastelaria, terão sido sujeitos a granadas de gás lacrimogéneo mas, quando a polícia arrombou a porta, já só encontrou as duas funcionárias da pastelaria, tendo os suspeitos de cumplicidade com o que fugira antes de mota, conseguido escapar sem que se saiba para onde. Mas podem ter saído antes do envio do gás.

A detenção de uma pessoa, que aconteceu efectivamente, revelou-se um engano, porque a polícia foi induzida em erro pelos populares que apontaram para um pedreiro que estava a trabalhar numa casa ao lado, sendo este detido e levado no carro patrulha, após algumas agressões, como o Novo Jornal Online constatou no local. Acabou por ser libertado pouco depois, quando foi confirmada a sua inocência..

Durante mais de três horas, recorrendo inclusivamente a drones (aparelhos voadores de controlo remoto com câmaras de filmar), as forças policiais - tendo-se, entretanto, juntado no local a Polícia de Intervenção Rápida (PIR) e os Serviços de Investigação Criminal (SIC), entre outros departamentos da PN - vasculharam a área mas sem resultados.

Como avançou Mateus Rodrigues, as investigações decorrem agora para determinar a identidade dos alegados assaltantes, através da análise das provas recolhidas no local e na auscultação de testemunhas que estiveram perante o grupo, nomeadamente as funcionárias do estabelecimento.

Para trás, fica um "filme" de grande confusão, com centenas de populares curiosos a deslocarem-se para o local, obrigando a medidas de circunscrição da zona.

Por entre dezenas de versões do acontecido, o que emerge como facto é que nenhum dos alegados assaltantes acabou detido e que foi levada do local uma mala de dinheiro pertencente a um homem que tinha saído do banco antes de entrar na pastelaria.