A contratualização da obra de reabilitação da avenida Kima Kyenda foi autorizada por despacho do Presidente da República, de 19 de Setembro, documento ao qual a Lusa teve ontem acesso, ficando a empreitada a cargo dos chineses da China Tiesiju Civil Engineering (CTCE).

A necessidade da obra numa das principais avenidas da periferia de Luanda é justificada no mesmo documento por complementar o acesso ao futuro aeroporto internacional da capital angolana, em curso nos arredores do centro.

"Vai melhorar a mobilidade dos investidores internacionais, intensificar e oferecer mais alternativas ao turismo, bem como a mobilidade do transporte aéreo doméstico", lê-se no despacho assinado por José Eduardo dos Santos, sobre o novo aeroporto, em construção no município de Icolo e Bengo, a 30 quilómetros de Luanda.

A empreitada será ainda enquadrada nas "facilidades de crédito com instituições chinesas" e o Ministério das Finanças deverá assinar para o efeito um "acordo individual de crédito".

Trata-se de mais uma das várias obras contratadas a empresas chinesas relacionadas directamente com a construção do novo aeroporto internacional de Luanda, cuja factura já ultrapassa os 6,3 mil milhões de dólares.

A informação resulta de dados compilados com base nas adjudicações de empreitadas já realizadas, envolvendo a construção do novo aeroporto, com conclusão anunciada para Abril próximo.

Só a edificação do aeroporto, em curso desde 2004, está a cargo da empresa China International Fund Limited (CIF), contratada pelo Governo angolano por 3,8 mil milhões de dólares.

No equipamento da infra-estrutura o Estado angolano vai gastar mais 1,4 mil milhões de dólares, tendo contratado para o efeito a empresa China National Aero-Technology International Engineering Corporation.

A construção da rede de estradas de acesso ao aeroporto, no valor de 695,1 milhões de dólares, será assegurada pela CTCE.

Em 2015 foi escolhido o consórcio da China Hyway Group Limited para construir o acesso ferroviário ao aeroporto. Nesta empreitada, a construção e fornecimento de equipamentos para as cinco novas estações do Caminho de Ferro de Luanda (CFL) representa um investimento público de 255 milhões de dólares.

Somam-se a construção do respectivo ramal ferroviário desde a actual Estação de Baia do CFL ao novo aeroporto internacional de Luanda (num total de 15 quilómetros), por 162,4 milhões de dólares.

O novo aeroporto é descrito como um "projecto estruturante fundamental para a concretização da estratégia do Governo angolano, no que concerne ao posicionamento do país no domínio do transporte aéreo na região da África austral".

Duas das pistas foram concluídas em 2015, assim como a torre de controlo, decorrendo a construção dos terminais, que segundo o Governo deverão receber 15 milhões de passageiros por ano.

O projecto é financiado por fundos chineses englobados na linha de crédito aberta por Pequim para permitir a reconstrução de Angola, depois de terminado um período de três décadas de guerra civil.