Este empresário pode ter os seus biliões mas falta-lhe fineza. Todo o mundo por cá está a falar da gravação em que, em privado, Trump se vai gabando de pegar as mulheres pelo meio das suas pernas, fazendo o que ele quiser, por ser uma vedeta. Na mesma gravação, ele conta como tentou "f**r" uma mulher casada. Esta gravação é que poderá afundar a campanha de Trump.

Nos Estados Unidos, e mesmo no Reino Unido, um playboy, mesmo de 59 anos, é tolerado desde que ande atrás de mulheres sem compromissos. Entre os presidentes norte-americanos, o mais mulherengo foi John Kennedy; entre as suas várias amantes, figura a famosa Marilyn Monroe. Em geral, Kennedy andava atrás de cantoras, mulheres ricas, mulheres jovens lindíssimas, todas elas não casadas.

Depois temos Bill Clinton que, enquanto governador do Estado de Arkansas, também teve várias amantes, incluindo uma cantora de cabaré. Donald Trump parece ter encontrado várias outras amantes de Clinton (algumas tias bem zangadas com ele), não obstante o facto de os casos terem acontecido há décadas.

Depois há o caso de Monica Lewinski, a estagiária na Casa Branca cujo caso com o então presidente Clinton iria resultar em procedimentos para o seu impeachment. Monica Lewinski era solteira.

No Reino Unido, de entre os maiores escândalos dos anos 60, figurou o então ministro da Defesa que foi encontrado numa cama a fumar liamba com duas mulheres ao seu lado.

Isto não era caso para alarme; só que uma das meninas também tinha ligações com um diplomata soviético. Era a época da Guerra Fria e o ministro teve que se demitir.

Ainda no Reino Unido, nos anos 80, havia um ministro, Alan Clark, que era um grande mulherengo. Ele próprio não escondia o facto. Parecia mesmo que as mulheres gostavam do Alan Clark por causa da fama. Alan Clark escrevia religiosamente um diário; chegou até a reflectir sobre a atracção pelas pernas da então primeira-ministra Margaret Thatcher. O público divertia-se com as aventuras de Alan Clark, e a sua mulher, não obstante as várias amantes do marido, nunca se separou dele. É que estas amantes britânicas sabiam como se comportar como segundas mulheres: nunca apareciam em nenhuma fotografia com o amante; os interesses da primeira mulher prevaleciam sempre. Isso até que Alan Clark decidiu ir para a cama não só com uma mulher casada, mas com as suas duas filhas.

E ele chegou a revelar isto no seu diário. A família em questão estava na África do Sul, onde o marido era juiz. Todos vieram para Londres (mãe e filha, bem loiras e lindas) para denunciar Alan Clark, que ia apreciando o espectáculo à distância.

O público não gostou; uma coisa era ser mulherengo, outra era andar com uma mulher casada.

(Pode ler este artigo na íntegra na edição n.º 454 do Novo Jornal, nas bancas e também disponível em versão digital, que pode pagar via multicaixa)