Os baixos salários em face do alto custo de vida e a desmotivação acentuada dos profissionais são alguns dos temas que vão ser abordados pelo SINPROF, que quer ver punidos, criminal e administrativamente, os responsáveis pelos professores fantasmas e duplos efectivos no sector.

De acordo com o presidente do Sindicato, Guilherme Silva, a reunião, a decorrer de 27 a 28 do corrente, irá ainda analisar temas como "A valorização dos professores", "A melhoria da condição dos profissionais", "Sindicalismo de proximidade, "Educação em tempo de crise: problemas, desafios e perspectivas", "Impacto da crise financeira sobre o poder de compra e dos salários dos professores e formas de resolução".

No encontro, os sindicalistas irão igualmente abordar o processo de desactivação das folhas de salários de que estão a ser alvo os professores, por parte do Ministério das Finanças, para acabar com a dupla efectividade na educação.

"O SINPROF sempre defendeu e desafiou o Ministério da Educação a cadastrar todo o pessoal docente e não docente para saber quantos, efectivamente, trabalham nas salas de aula e nos serviços de apoio, porque o sector da educação é para muitos um "kimberlito", onde, mesmo sem trabalhar, têm salários mensalmente", diagnosticou Guilherme Silva.

Para o presidente, a dupla efectividade e os professores-fantasmas são fenómenos que existem por cumplicidade de funcionários que trabalham nos departamentos ministeriais. "São eles que executam o processamento salarial dos professores do subsistema de ensino não universitário. Os nomes dos "fantasmas" e dos professores com dupla efectividade não caíram do céu para as fichas financeiras, alguém facilitou o processo em troca de "luvas"", acusou Guilherme Silva, que exige a punição dos envolvidos.

"O SINPROF exige que os culpados dessa tramóia sejam responsabilizados, administrativa e criminalmente. Os professores com dupla efectividade no Estado devem abandonar um posto, dando lugar aos outros que estão no desemprego", decretou.

O sindicalista disse ainda que o sindicato está preocupado com a taxa de inflação no país que "ultrapassou 39,44%" em Setembro. "Se considerarmos que os últimos meses, de todos os anos, têm sido de alta de preços de bens, então podemos aferir que estamos a caminhar para uma taxa de inflação superior a 50%. O custo de vida está muito caro, a subida de preços de bens e serviços está a asfixiar o salário", reclamou Guilherme Silva, que exige um reajuste dos salários dos professores.