Falando na 2.ª sessão Ordinária do Comité Provincial, realizada no último sábado, 14, o secretário provincial da UNITA em Cabinda alertou para movimentos suspeitos de "pessoas ligadas ao registo eleitoral" que, de madrugada, já depois da saída dos brigadistas, circulam nas instalações do poder local.

"O processo é controlado por eles, e a qualquer hora podem entrar no interior para adulterar os dados eleitorais. São eles (MPLA) que têm as chaves das portas onde guardam os aparelhos. São eles que montam as brigadas e controlam a logística", acusa o responsável, garantindo que "a UNITA não está a dormir".

"Existem equipas de vigilantes durante as noites nos arredores das Administrações Municipais. Se essas pessoas insistirem, serão surpresas em flagrante delito", prosseguiu Estêvão Neto, sem poupar críticas ao partido no poder.

"O MPLA está a escangalhar Angola", insistiu o secretário provincial, firme nas acusações dirigidas à força política que governa o país desde a Independência. "Começaram a atribuir aos cidadãos congoleses bilhetes de identificação e cartões de eleitores para votarem em Agosto. Muitos congoleses estão alegres porque estão a conseguir com facilidade a nacionalidade angolana por meio de recrutamento na praça de São Pedro e nas ruas".

Estêvão Neto sublinhou que o "Galo Negro" "não vai aceitar qualquer resultado fraudulento", ao contrário do que suportou em 1992, 2008 e em 2012.

Insistindo na ideia de que o MPLA é "um partido de assassinos e ladrões", o responsável defendeu que "quase tudo o que existe [em Cabinda] em termos de infra-estruturas foi o colono que deixou".