O Presidente da República dirigiu uma mensagem de condolências às famílias das vítimas e instruiu o governo da província do Uíge a prestar todo o apoio necessário aos mais de 60 feridos da tragédia que ontem manchou a abertura da presente edição do Girabola.

José Eduardo dos Santos orientou ainda às autoridades competentes para a abertura de um inquérito para se apurar as causas do "grave incidente", da mesma forma que o Ministério da Juventude e Desportos também solicitou à Federação Angolana de Futebol, à Associação de futebol local e às autoridades da província do Uíge que averiguem o que se passou.

De acordo com a equipa da casa, o Santa Rita de Cássia, que se estreia esta época no principal campeonato angolano de futebol, o incidente terá sido provocado por um forçar da entrada no estádio pelas pessoas, que causou a morte, por asfixia, de vários adeptos, incluindo crianças.

"Ocorreu um erro grave da polícia, ao deixar a população aproximar-se do campo. Muitos não queriam pagar e os que tinham bilhetes não conseguiam entrar. Depois começou a confusão. É muito triste", disse, à agência Lusa, o presidente do Santa Rita, Pedro Nzolonzi.

O responsável garante que cumpriu a "obrigação de enviar cartas às forças de segurança" com antecedência, para assegurar o policiamento, reforçando, por isso, as críticas à acção policial.

"Uíge é um povo que gosta de futebol e todo o mundo queria entrar no campo. Foi uma falha grave. A culpa disto tudo é da polícia. E era fácil evitar: era só alargar o cordão de segurança", lamentou.