A história de Gina de Castro, popularizada como a professora mais antiga em Angola que, aos 87 anos, continua no activo conta-se desde o final do ano passado não apenas pelas décadas de devoção ao ensino, mas também pela escrita de "Segredos de coração dorido".

Lançado em meados de Outubro de 2016 no Memorial Dr. António Agostinho Neto, o livro reúne 50 poemas e, conforme comunicado do Camões, "representa uma homenagem dos filhos, noras, netos e bisnetos".

Segundo Luís Rosa Lopes, que prefaciou a obra, "Segredos de coração dorido" enaltece a coragem da autora que, descreve como uma mulher de causas, dona de um "coração cheio de segredos sofridos, penitente, condoído com o padecimento alheio, a disfarçar o próprio....".

Nascida em Portugal, na pequena aldeia de Póvoa de Meadas, no concelho alentejano de Castelo de Vide, em 1929, esta luso-angolana demandou à então província portuguesa de Angola em 1952, onde se destacou como desportista e professora.

Durante a sua vida de professora, que já leva quase sete décadas, Gina de Castro ensinou milhares de alunos a quem passou o seu saber no Liceu Nacional Salvador Correia, nos colégios Académico e D. Dinis, na Escola Comercial Vicente Ferreira e, por último, onde ainda está como directora, no Colégio Nossa Senhora do Bom-Sucesso.

Foi ainda directora do Magistério Primário de Luanda nos anos 1970, Campeã Provincial de Badmington nos anos 1960, Professora de Ginástica no Sporting Clube de Luanda, também nos anos sessenta do século XX.

Teve um papel activo no apoio aos refugiados de guerra, nos liceus, em 1974/75 (durante as greves estudantis). Trabalhou no MED, na Direcção de Formação de Quadros, vários anos (após independência).

Foi também monitora de primeiros socorros da Cruz Vermelha Internacional e Co-fundadora e Presidente da associação filantrópica Mundo do Amor.