Durante a recente visita a Maputo, o cabeça-de-lista do MPLA às próximas eleições gerais "mostrou que não está à altura de dirigir os destinos de Angola e dos angolanos", considera a UNITA, que divulgou hoje uma reacção "às declarações insultuosas de João Lourenço, às forças políticas na oposição em Angola e em Moçambique".

Na base do protesto do partido do "Galo Negro", está um apelo lançado pelo candidato do MPLA à Presidência da República, no sentido de selar a união entre as forças no poder em Angola e Moçambique, nomeadamente MPLA e Frelimo, para evitar a vitória dos "malandros".

"A nossa força está na nossa unidade. Se nós não formos unidos, os malandros vão nos vencer. Porque os malandros, quer os de dentro como os de fora, estão unidos e não dormem. Andam todos os dias a pensar na forma como derrubar a Frelimo e na forma como derrubar o MPLA", defendeu o também ministro da Defesa.

"João Manuel Gonçalves Lourenço foi infeliz, revelou a sua mesquinhez política, bem como o seu espírito arruaceiro, ao pronunciar-se nos termos em que o fez", assinala a UNITA no comunicado, acrescentando que o cabeça-de-lista do MPLA "não tem direito de tratar de "malandros" as forças políticas credíveis que em Angola e em Moçambique, concorram legitimamente para o exercício do poder político".

Para o maior partido da oposição em Angola, "quem pretende ser Presidente de um país como Angola" não pode dividir os angolanos entre supostos "bons" e "malandros", posição que considera "demonstrativa do total desprezo que os dirigentes do MPLA dão à reconciliação nacional genuína".

Prosseguindo na contestação a João Lourenço, a UNITA defende que "Angola precisa de dirigentes íntegros, credíveis e sem envolvimento em escândalos financeiros, nem de corrupção", que tenham uma "grandeza moral inquestionável" e sejam "congregadores", adoptando uma "conduta que tenha como base o respeito pelas normas de convivência pacífica". Segundo o partido do "Galo Negro", o ministro da Defesa "está muito longe de ser isso", acusando-o ainda de ter participado na delapidação do erário público.

Além das palavras especificamente dirigidas a João Lourenço, a UNITA estende as críticas ao MPLA:. "Tomaram o poder pela força das armas, em 1975, com a ajuda das forças comunistas e reacionárias de Portugal, do corpo expedicionário cubano e dos imperialistas da ex-União Soviética, e têm-se mantido no poder graças às sucessivas fraudes eleitorais", lê-se na mensagem.