Por cima dos passeios, nos jardins ou em frente à varanda do próprio apartamento...na Centralidade dos Sequele qualquer espaço livre é convertido numa vaga para estacionar os carros.

A anarquia no parqueamento, testemunhada pelo Novo Jornal online, é explicada pela administradora do Distrito Urbano da Centralidade do Sequele, Njila de Carvalho.

"Temos disponíveis 750 lugares, mas a Centralidade do Sequele deve contar com um total de 10.996 lugares de estacionamento", disse a responsável à nossa reportagem, acrescentando que "as obras não foram concluídas", pelo que muitos lugares permanecem por pavimentar.

Apesar de reconhecer que existe um défice de parqueamento para os 12 blocos que compõem o Sequele, Njila de Carvalho defende que muitos dos desentendimentos resultam da falta de compreensão dos moradores.

"Tive de intervir numa briga entre dois moradores, que residem no mesmo edifício, porque os dois disputam um lugar não pertencia a nenhum deles", conta a administradora, sublinhando que os habitantes estão alertados para não estacionarem em locais impróprios, nomeadamente em frente das varandas, por cima dos passeios e nos jardins.

Os avisos da administração caem contudo em saco-roto, conforme demonstram os testemunhos recolhidos pelo Novo Jornal.

"Optamos por estacionar em frente das nossas varandas devido à escassez de parques de estacionamento, e por causa dos constantes roubos nas nossas viaturas", afirma Mauro Santos, morador no Sequele há mais de três anos.

Já Nelsa Neto defende que a problemática do estacionamento começou no ano 2015, em função do aumento de habitantes na cidade do Sequele.

"Quando mudei-me para cá, em 2014, as coisas não estavam assim", conta esta habitante, para quem a falta de entendimento entre vizinhos tem agravado a situação.

"Embora haja poucos lugares para estacionar as nossas viaturas, não vejo motivo para haver briga", considera Nelsa, que acha excessivo o nível de conflitualidade gerado na Centralidade.

Para Sérgio Gonçalves, parte do problema deve-se à própria gestão política do processo.

"A administração deveria indicar aos moradores os locais para estacionar os carros. Eu, por exemplo, sempre que chego do serviço encontro todos os lugares ocupados, por isso a única solução que resta é o passeio ou os capins", diz o morador.