"Fogo em brasa", com um centímetro, parece uma formiga com asas transparentes, de pigmentação preta e laranja. É mais visível na época das chuvas, em locais onde há bastante humidade.

É atraído pelo calor, daí ser frequente a queimadura no pescoço, pálpebras dos olhos, dobras das pernas e braços, pelo calor, também pode ser visto próximos de lâmpadas eléctricas. São as características de um insecto que habita entre nós e que está a deixar a população agitada.

De acordo com os dados, o pequeno insecto não pica. No entanto, possui um líquido chamado citotóxico, que provoca ardor, vermelhão, bolhas, necrose da pele e lesões semelhantes a uma queimadura, quando esmagado sobre pele.

As lesões podem ser severas, moderadas ou sem gravidade, podendo permanecer duas a seis semanas na pele. É frequente nas províncias do Norte, particularmente do Kwanza-Norte e Uíge.

Em Luanda, o assunto ganhou proporções sobretudo nas redes sociais, onde é frequente avistar mensagens partilhadas, alertando para o regresso do insecto que em 2006 já havia feito vítimas no país.

O Novo Jornal saiu à procura das histórias de quem foi afectado pelo besouro. Um dado curioso recolhido durante a nossa reportagem foi ter-se apercebido que as vítimas não sabem, ao certo, quando o contacto com o insecto aconteceu, apercebendo-se apenas depois das manchas de queimadura estarem visíveis sobre a pele.

No princípio há quem confunda com uma simples alergia ou arranhadura pela mancha vermelha que normalmente produz sobre a pele. Entretanto, no decorrer dos dias, com aparecimento de bolhas de água, a preocupação vai aumentando, fazendo com que os lesados busquem pelos primeiros socorros.

Roseane Ferreira, moradora do bairro da Socola, diz ter acordado com o ombro esquerdo pesado e vermelho. "Primeiro, pensei que fosse uma alergia ou um aranhão por causa do avermelhado. Não dei muita importância. Mas, depois de algumas horas, comecei a sentir o braço pesado, a inflamar e com muita dor, principalmente quando eu suava ou andava debaixo do sol", descreveu a jovem.

Acrescenta que foi então que procurou um médico. "Curiosamente, o próprio médico não sabia também ao certo do que se tratava. Limitou-se apenas em receitar-me que usasse óleo de palma para que o passasse no ombro. Receitou-me também ibuprofen, em caso de febre". Depois de alguns dias, conta Roseane, descobriu que o causador das queimaduras era o Paederus, quando viu as imagens circular nas redes sociais. (...)

(Pode ler esta notícia integral na edição nº 483, nas bancas, ou em digital, cuja assinatura pode pagar no Multicaixa)