(texto actualizado, para incluir resultado da final)


Apesar da eliminação precoce das cinco selecções africanas apuradas para o Mundial de Futebol da Rússia - todas afastadas ainda na fase de grupos - África tornou-se uma das protagonistas inesperadas da final da competição, graças às origens de mais de metade do plantel da França.

Da estrela firmada Paul Pogba, descendente de pais oriundos da Guiné-Conacri, à estrela em ascensão Kylian Mbappé - filho de pai camaronês e mãe argelina -, a equipa gaulesa soma 15 jogadores com raízes africanas entre 23 convocados.

A lista inclui também um herdeiro angolano: Blaise Matuidi, cujo pai é natural de Luanda e a mãe do Uíge, embora com ascedência congolesa.

Exemplo da multiculturalidade dos "Bleus", Matuidi - que ao nível de clubes actua pelos italianos da Juventus, formação para onde se transferiu recentemente o craque português Cristiano Ronaldo - faz questão de celebrar esse mosaico cultural.

"A França representa a diversidade. É um país maravilhoso. Os franceses estão orgulhosos de como a equipa se está a construir. A beleza dela é a diversidade", destacou recentemente o jogador de 31 anos, sem esquecer o legado angolano.

"Não esqueço as minhas raízes angolanas, em especial porque ainda tenho família no país. Lá estão todos orgulhosos do meu caminho, e se sou francês, por outro lado também me sinto angolano", garante o craque, que chegou a ser sondado para alinhar pelos Palancas.

"Na altura tive de fazer uma escolha difícil ao optar pela equipa francesa", contou o futebolista, agora já coroado campeão mundial.