Os Palancas Negras assumiram o comando e o controlo da partida na primeira parte, chegando mesmo a dominar o meio campo adversário por vários minutos, mas sem conseguir delinear lances com profundidade para chegar à baliza contrária.

Já os tanzanianos fecharam os caminhos da baliza e obrigaram os Palancas Negras a optar de forma recorrente pelos lançamentos em profundidade, dificilmente alcançados por Amaro e Nelson da Luz, que revelaram baixa eficácia nos cruzamentos.

O desgaste físico dos jogadores angolanos deu lugar à subida do adversário, situação que passou a representar mais trabalho para o guarda-redes Gerson, que antes era apenas solicitado quando os colegas atrasavam a bola para o reinício das jogadas.

Muita preocupação e nervosismo foi o que a selecção angolana mostrou no jogo de ontem, determinando assim o empate a zero na segunda jornada do Grupo A, disputada no Estádio Royal Bafokeng, em Joanesburgo, África do Sul.

O Novo jornal Online ouviu o comentador Carlos Cordeiro, que afirmou ter havido falta de equilíbrio e paciência nas construções de jogadas, e que, no seu entender, "faltaram dois homens no meio campo para a conclusão das ligações no sector atacante.

"Sou de opinião que o Job e o Nelson da Luz têm de entrar de início para criar desequilíbrio no um contra um e posteriormente fazerem os cruzamentos para que os nossos avançados aparecessem com maior frequência na baliza contrária" declarou.

O analista desportivo considera que os Palancas Negras precisavam de jogar mais calmos e de contruir jogadas no centro ofensivo e assim cobrar o ímpeto do adversário para conseguir criar oportunidades nas laterais e poderem acertar nos cruzamentos.

Carlos Cordeiro reconheceu as qualidades do adversário: "A Tanzânia esteve bem, fisicamente foi superior a Angola. Nota-se ali muito trabalho, e faltou reacção colectiva aos nossos atletas", afirmou.

Em termos tácticos, o analista desportivo diz que houve desorganização no desdobramento ofensivo e faltou o futebol cerebral para diminuir a ansiedade do golo, considerando que "o sucesso de uma grande equipa passa pela primazia na zona ofensiva".

A selecção de Angola e da Tanzânia lideram o grupo A, com quatro pontos cada, mas nos quartos-de-final só há lugar para o vencedor do grupo.

Angola depende agora do último jogo, diante do Malawi onde tem de triunfar e ainda esperar uma derrota da Tanzânia frente às Ilhas Maurícias para assim se qualificar aos quartos-de-final da Taça Cosafa.