Depois de no último domingo, 8, o jornal L"Express ter avançado que o Supremo Tribunal das Maurícias ordenou o congelamento de 25 contas bancárias do empresário suíço-angolano Jean-Claude Bastos de Morais, o Le Mauricien actualizou a informação, noticiando que o gestor do Fundo Soberano de Angola já tem 58 contas congeladas no arquipélago.

Segundo o jornal, que cita fontes ligadas ao processo, a intervenção das autoridades mauricianas bloqueou o equivalente a cerca de 520 milhões de dólares, valor associado a investimentos do Fundo Soberano de Angola.

A decisão surgiu dias após um encontro entre um representante do Governo angolano e o primeiro-ministro das Maurícias, cujo conteúdo não foi divulgado.

No entanto, a reunião tem sido enquadrada nos esforços do Executivo para repatriamento de capitais e na investigação, em curso da Procuradoria-Geral da República, sobre a transferência ilícita de 500 milhões de dólares do Banco Nacional de Angola para Londres.

Embora o empresário Jean-Claude Bastos de Morais já se tenha desmarcado deste processo, o facto de o mesmo envolver o ex-presidente do conselho de administração do Fundo Soberano, José Filomeno dos Santos, "Zénu", seu amigo pessoal e parceiro de vários negócios, adensa as suspeitas sobre um eventual envolvimento.

Quantum Global exige explicações para construir defesa

Face às especulações, a Quantum Global anunciou hoje, através de um comunicado, que solicitou formalmente à Comissão de Serviços Financeiros das Maurícias "uma explicação detalhada sobre a decisão de suspender as licenças da empresa no país", para além de ter requerido uma "audição justa".

Segundo a mensagem, a Quantum Global adianta que foram concedidos sete dias para responder à decisão o Supremo Tribunal, mas não recebeu detalhes sobre o caso que permitam apresentar uma contestação.

"É difícil defendermo-nos quando as razões das autoridades não foram explicadas, apesar das nossas reiteradas tentativas para ter acesso a essa informação", lê-se no comunicado.

A Quantum Global sublinha ainda que a "pressa de sancionar" a empresa prejudicou gravemente os seus negócios, e insiste em ter uma oportunidade para se defender.