Falando na abertura de um seminário nacional de auscultação de empresários sobre o Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição de Importações (PRODESI), Manuel Nunes Júnior garantiu que o Executivo está empenhado em fazer com que PRODESI não "seja mais um programa, como outros que já houve no passado".

Apresentado como um instrumento promotor de "uma verdadeira aliança entre o Estado e o sector privado", o PRODESI deverá criar as condições para impedir que o país entre numa "trajetória de crescimento empobrecedor".

Ou seja, segundo o ministro, Angola deve libertar-se do papel de "agente passivo, sujeito a relações de subcontratação, dependente e com acesso apenas a segmentos de menor valor acrescentado na cadeia internacional de valor".

Manuel Nunes Júnior acrescentou que o combate a essa "trajetória de crescimento empobrecedor "exige que o país "desponte para o mundo com competitividade estrutural em determinados sectores de actividade, o que pressupõe apostar na diferenciação e qualidade dos seus produtos, o que implica a existência de níveis adequados de conhecimento e de qualificação dos seus recursos humanos".

"Queremos que o PRODESI marque realmente um ponto de inflexão no que respeita ao assunto do aumento da produção nacional. Nós queremos que esse PRODESI nos leve à auto-suficiência no domínio alimentar. Temos de deixar de importar produtos alimentares de amplo consumo e teremos de produzi-los domesticamente, se fizermos isso a pressão sobre as divisas vai diminuir significativamente", reforçou o governante, citado pela agência Lusa.

Neste processo de substituição das importações e promoção das exportações, o ministro destacou a necessidade de o empresariado nacional estabelecer parcerias com empresários estrangeiros, que tenham 'know-how' e tecnologia avançada que permita a Angola aceder "rapidamente" ao que de melhor o mundo pode proporcionar ao país, nos domínios empresarial e tecnológico.

No domínio da abertura ao exterior, Nunes Júnior lembrou ainda que "para atrair o investimento directo estrangeiro" é preciso melhorar o ambiente de negócios e "tornar o processo de investimento no país mais célere, mas também mais eficiente".

O responsável defendeu igualmente a introdução de ajustes na Lei de Investimento Privado, "processo que está em curso".