NJ - Como é que olha actualmente para a nossa economia?

LP - É unânime que a nossa economia tem perdido pujança desde 2013, depois do auge de crescimento em 2012, mas a crise do petróleo criou constrangimentos ao seu funcionamento.

O resultado disso pode-se medir no enfraquecimento da taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que tem estado a crescer, mas com taxas decrescentes.

Os indicadores sociais não são os melhores, há uma degradação social quando comparada a outros anos.

O desempenho das empresas não tem sido o melhor e a prova disso são instituições como a Administração Geral Tributária (AGT) e o Instituto Nacional de Segurança Social (INSS), que têm recebido vários pedidos de encerramento de empresas.

Se as empresas fecham, significa que temos menos produção no país, as pessoas contribuem menos e isso coloca dificuldades na sustentabilidade das próprias contas públicas. A redução da arrecadação fiscal cria problemas sociais porque as famílias têm menos rendimentos para o consumo.

A crescente e constante redução da actividade empresarial significa menor produção de riqueza no país. E o maior vilão é a redução do preço do petróleo, sem esquecer a questão da própria capacidade de gestão.

Nenhum país pode morrer porque o petróleo baixou, se não teríamos muitos países fechados pelo facto de o carvão ter saído da matriz energética principal do mundo. E aqui dou o exemplo da Rússia, que hoje, devido à baixa do preço do petróleo, voltou a fazer crescer a sua economia acima da média europeia com a exportação de commodities agrícolas.

Aqui é que está a capacidade de gestão. Olhar para outras matrizes, fazer uma leitura do mundo, perceber as necessidades e potencialidades que existem e buscar estas novas opções. É isso que Angola precisa.

NJ - Faltam políticas?

LP - Não é que faltem políticas. Temos falado bastante no país sobre a diversificação da economia e lembro que em 2015 foi aprovada a estratégia para saída da crise que contemplava a disponibilização de linhas de crédito da China avaliada em 6 mil milhões de dólares para o sector privado.

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