Esta plataforma electrónica, uma "imposição" da Comunidade Económica da África Austral (SADC, na sigla inglesa), está a ser trabalhada conjuntamente pelos ministérios das Finanças e do Comércio, em parceria com a Administração Geral Tributária (AGT), e fixa os requisitos para melhorar o controlo das exportações, com base num sistema informático único para o comércio internacional, permitindo uma fiscalização adequada.

Ao apresentar o projecto num "workshop" aos operadores económicos locais, o ministro das Finanças, Archer Mangueira, salientou que a JUCE vai contar com guichés únicos e com uma revisão e padronização da emissão de licenças, autorizações e certificados a apresentar obrigatoriamente às autoridades, facilitando o processo.

Archer Mangueira referiu que os operadores portuários, aeroportuários, despachantes, agentes de navegação e de transporte aéreo, bancos comerciais, transitários, importadores e exportadores são os que vão determinar a opção pela Janela Única Electrónica.

"Com a submissão de informação electrónica numa única vez, num único ponto de entrada, pelo operador económico, todas as entidades relevantes passam a ter acesso ao processo, tornando a documentação estandardizada e mais célere, com menos custos e menos formalidades", sublinhou.

Archer Mangueira justificou o projecto com a necessidade de o Governo ter de adaptar os serviços para que possa responder de forma eficiente, "num ambiente cada vez mais concorrencial, tendo em conta o volume cada vez maior de trocas comerciais".

A plataforma electrónica está a ser desenvolvida com base num decreto presidencial de 25 de Setembro de 2018, perseguindo melhorias e eficiência dos serviços aduaneiros, a exemplo de países como Moçambique, Uganda, China e Singapura.

Segundo explicou Archer Mangueira, os agentes que intervêm na cadeia do comércio externo passam a apresentar, num ponto único de entrada, declarações e despachos aduaneiros padronizados, com vista a cumprir as exigências refutatórias referentes à importação, exportação e trânsito de mercadorias.

A ferramenta electrónica vai permitir, paralelamente, a redução do tempo de desalfandegamento e uma diminuição dos custos, além de conferir maior segurança e rapidez na tramitação dos processos aduaneiros.

O projecto Janela Única Electrónica do Comércio Externo está inserido numa iniciativa da AGT, que conta com o financiamento da linha de crédito da China e visa acabar com a burocracia que dificulta um bom ambiente de negócios.

O "workshop", que teve como prelector, Jonathan Koh, natural de Singapura e perito em Comércio e Desenvolvimento Internacional, formado na universidade australiana de Nova Gales do Sul, contou com a presença do ministro do Interior, Ângelo da Veiga Tavares, bem como de vários secretários de Estado, técnicos superiores e operadores económicos.