O encontro, a realizar em Setembro, reúne "Empresas de Crescimento Global", ou seja, empresas de sucesso localizadas principalmente em países emergentes com crescimento acelerado que o FEM convida, e onde são abordados temas relacionados com inovação, conhecimento e tecnologia entre as nações, a fim de promover o desenvolvimento económico das regiões.

"A participação da Angola Cables (AC) neste evento, restrito, traduz o reconhecimento da importância dos sistemas da multinacional angolana no desenvolvimento dos circuitos internacionais de telecomunicações", refere a nota enviada ao Novo Jornal Online pela AC, citando o CEO da empresa, António Nunes, que irá representar o gigante angolano das comunicações no FEM.

António Nunes considera que "as telecomunicações estão na vanguarda do desenvolvimento económico mundial, prova disso é que as maiores empresas do mundo hoje são de telecomunicações ou relacionadas a elas", lamentando, no entanto, que haja "alguma falta de entendimento sobre o potencial gerador de desenvolvimento económico das plataformas de telecomunicações, levando algumas pessoas, incluindo actores importantes do sector económico, a associarem o desenvolvimento das telecomunicações apenas com o desenvolvimento das redes sociais, troca de informação através de emails ou buscas na internet".

Para o CEO da Angola Cables, "as telecomunicações são a base de toda a nova revolução industrial. As redes de telecomunicações geram a possibilidade de existência da digitalização das sociedades. Desde as relações sociais, fortemente relacionadas com as plataformas digitais, à inclusão social através da pesquisa e informação na Web, até ao desenvolvimento económico, suportado pelas plataformas de e-commerce, as telecomunicações estão a ser o motor da implementação da 4ª Revolução Industrial."

De lembrar que o gigante angolano das telecomunicações, responsável pelo volumoso investimento na colocação do cabo submarino que vai ligar África às Américas, depois de ter criado representações para potenciar o negócio na África do Sul, em Joanesburgo e CIdade do cabo, bem como no Brasil, uniu esforços, no passado mês de Março, com a IOX Cables, uma empresa das ilhas Maurícias focada na fibra óptica, para que, juntas, possam avançar para os mercados africano, asiático, europeu e americano.

Com este acordo, as duas empresas procuram criar sinergias para, aproveitando os investimentos feitos, com destaque para o cabo submarino em fibra óptica da Angola Cables, que tem potencial para revolucionar as telecomunicações continentais com o resto do mundo, ganhar dimensão e competitividade neste exigente mercado global.

A base para esta ligação empresarial é a nova realidade criada ao ligar África à América do Sul (Brasil) e com continuação para a América do Norte (EUA), através de um cabo submarino em fibra óptica denominado SACS (sigla em inglês para South Atlantic Cable System), que vai ser o primeiro sistema do género a ligar o continente africano à América do Sul e, de acordo com as estimativas, estará funcional ao longo de 2018.

A IOX tem o seu foco comercial na experiência de colocação de cabo de fibra óptica submarinos e serviços de telecomunicações com dispersão global, nomeadamente, para além de África, no Médio Oriente, Europa, América do Norte e Ásia, enquanto a Angola Cables, criada em 2009, tem o seu foco na comercialização do transporte de informação, voz, dados e imagem, através do SACS.

Esta junção com a IOX surge depois de ter procedido à abertura de duas representações na África do Sul, na Cidade do Cabo e em Joanesburgo, com o objectivo de comercializar o uso do seu cabo submarino que, segundo António Nunes disse ao Novo Jornal Online em Março, "vai permitir comunicações muito mais rápidas, menos cinco vezes do tempo necessário para aceder aos conteúdos disponíveis na América, uma região que se posiciona como um dos maiores centros de produção e agregação de conteúdos e serviços digitais".

"Angola está cada vez mais próxima de se tornar num dos centros das telecomunicações na região subsaariana. Os investimentos nos sistemas de cabos submarinos estão a criar, não só auto-estradas da informação que vão aproximar África dos grandes centros de produção de conteúdos e serviços digitais, mas também partes importantes dos grandes circuitos internacionais de telecomunicações", dizia ainda António Nunes.

A Angola Cables foi criada em 2009 e integra a Angola Telecom, com 51 por cento do capital, a UNITEL (31%) e, entre outros a Movicel, com 6% e foi constituída para transformar Angola num dos grandes eixos mundiais de telecomunicações. A empresa, de domínio público, já investiu mais de 400 milhões de dólares nas suas diversas plataformas, SACS incluído.