Com este acordo, as duas empresas procuram criar sinergias para, aproveitando os investimentos feitos, com destaque para o cabo submarino em fibra óptica da Angola Cables, que tem potencial para revolucionar as telecomunicações continentais com o resto do mundo, ganhar dimensão e competitividade neste exigente mercado global.

A base para esta ligação empresarial é a nova realidade criada ao ligar África à América do Sul (Brasil) e com continuação para a América do Norte (EUA), através de um cabo submarino em fibra óptica denominado Sacs (sigla em inglês para South Atlantic Cable System), que vai ser o primeiro sistema do género a ligar o continente africano à América do Sul e, de acordo com as estimativas, estará funcional ao longo de 2018.

A IOX Cables tem, assim, uma porta de entrada para os continentes americano e europeu, o que será uma clara vantagem competitiva para atrair novos clientes e garantir melhores serviços aos que já tem em carteira.

Citado pela imprensa maurícia, o CEO da IOX Cables, Arunachalam Kandasamy, considera esta junção de esforços com a multinacional angolana "um investimento no futuro", sublinhando tratar-se de um "projecto que vai melhorar e melhor servir as comunicações, com destaque para os dados, constituindo um importante passo em frente para as telecomunicações globais", ao permitir a abertura de uma nova realidade para as conexões de negócios e particulares através dos continentes africano, europeu, americano e asiático, com destaque para o gigantesco mercado indiano, onde a IOX tem implantação.

A IOX tem o seu foco comercial na experiência de colocação de cabo de fibra óptica submarinos e serviços de telecomunicações com dispersão global, nomeadamente, para além de África, no Médio Oriente, Europa, América do Norte e Ásia, enquanto a Angola Cables, criada em 2009, tem o seu foco na comercialização do transporte de informação, voz, dados e imagem, através do SACS

Esta junção com a IOX surge depois de ter procedido à abertura de duas representações na África do Sul, na Cidade do Cabo e em Joanesburgo, com o objectivo de comercializar o uso do seu cabo submarino que, segundo António Nunes, presidente do Conselho de Administração da Angola Cables, "vai permitir comunicações muito mais rápidas, menos cinco vezes do tempo necessário para aceder aos conteúdos disponíveis na América, uma região que se posiciona como um dos maiores centros de produção e agregação de conteúdos e serviços digitais".

"Angola está cada vez mais próxima de se tornar num dos centros das telecomunicações na região subsaariana. Os investimentos nos sistemas de cabos submarinos estão a criar, não só auto-estradas da informação que vão aproximar África dos grandes centros de produção de conteúdos e serviços digitais, mas também partes importantes dos grandes circuitos internacionais de telecomunicações", diz ainda António Nunes.

A Angola Cables foi criada em 2009 e integra a Angola Telecom, com 51 por cento do capital, a UNITEL (31%) e, entre outros a Movicel, com 6% e foi constituída para transformar Angola num dos grandes eixos mundiais de telecomunicações.