De acordo com o documento, com informação económica disponibilizada a investidores internacionais, entre a lista dos financiamentos aprovados e que Angola não usou - ou cujos credores não aprovaram projectos para a sua aplicação - encontra-se parte da linha de 1.500 milhões de dólares concedida em Outubro de 2014 pelos russos do VTB Capital.

Trata-se de um financiamento a sete anos, para projectos e obras públicas, mas que tinha metade do montante total à disponibilidade das autoridades de Angola, dependendo do "critério do credor" para a sua utilização.

O Governo angolano anunciou anteriormente a intenção de utilizar os saldos das linhas de crédito existentes para financiar "projectos privados com alta rentabilidade" e "que promovem a diversificação da produção e das exportações".

"A 31 de Dezembro de 2017, um financiamento total 5.000 milhões de dólares estava disponível para ser utilizado por Angola nas facilidades de financiamento existentes", refere o mesmo documento, de Maio.

Desde Fevereiro de 2017 que está previsto que o Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA), estatal, garanta a mobilização de recursos financeiros externos para financiar a componente de importações de projectos de investimento considerados prioritários para o país.

A medida, que visa facilitar a implementação do programa de diversificação da economia angolana definida em Janeiro de 2016, consta do regulamento aprovado pelo Governo com as regras de mobilização de recursos financeiros externos, repasse para o financiamento de projectos de investimento privado e termos e condições de gestão, que passa para o BDA, juntamente com o Ministério das Finanças.

A medida, concretizada por decreto presidencial de 15 de Fevereiro de 2017, tinha já sido anunciada em Julho de 2016 pelo ministro da Economia, Abrahão Gourgel, apontando então a intenção de o Governo passar para o BDA saldos de linhas de financiamento externo, nomeadamente para apoiar a agricultura.

"É um processo que nós pensamos que o BDA deve encetar no curto prazo, se quisermos efectivamente apoiar as exportações", apontou então Abrahão Gourgel.

A crise financeira e económica decorrente da quebra das receitas do petróleo, que afecta Angola desde finais de 2014, conduziu entretanto a dificuldades na obtenção de divisas pelos empresários, as quais são necessárias para a importação de equipamentos e matérias-primas.