Os dados constam de um comunicado da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), e colocam Angola numa lista de países liderada pela Venezuela, com 3.180 milhões de dólares (16 meses sem transferir dividendos), seguida da Nigéria (591 milhões de dólares, sete meses), Sudão (360 milhões de dólares, quatro meses) e Egipto (291 milhões de dólares, quatro meses).

No mesmo comunicado, a IATA, que representa 264 companhias aéreas e 83% do tráfego global, afirma que pediu aos governos "que respeitem os acordos internacionais que os obrigam a garantir que as companhias aéreas sejam capazes de repatriar suas receitas".

Várias companhias, como a portuguesa TAP, já só aceitam pagamentos em moeda nacional exclusivamente para viagens que se iniciam em Luanda. A espanhola Ibéria, alegando redução de passageiros, deixou de voar para a capital angolana no final do mês de Maio.

"A repatriação eficiente das receitas é fundamental para que as companhias aéreas sejam capazes de desempenhar seus papéis como um catalisador para a actividade económica. Não é razoável esperar que as companhias aéreas invistam e operem em países onde não podem colectar eficientemente o pagamento pelos seus serviços", disse Tony Tyler, director-geral da IATA, citado no mesmo comunicado da associação.

Apesar de reconhecer tratar-se de um problema provocado particularmente pela quebra das receitas petrolíferas, Tony Tyler avisa os países com mais verbas retidas que é "do interesse de todos garantir que as companhias aéreas sejam pagas no prazo e com taxas de câmbio justas".

"Uma coisa que todos os cinco países têm em comum é a necessidade urgente de conectividade aérea robusta que está a ser prejudicada pela dificuldade das companhias aéreas na repatriação de fundos. Conectividade forte é um facilitador económico e gera benefícios económicos e sociais consideráveis. Algo que economias em dificuldades precisam mais do que nunca", afirma o director-geral da IATA.