Num relatório enviado hoje, 30, aos investidores, e citado pela agência Lusa, os analistas notam que "o sector bancário em Angola continua um desafio pela fraca qualidade dos empréstimos (crédito malparado nos 25,6% em Agosto), falta de liquidez de moeda externa, sem bancos a fornecerem dólares, e um número de bancos não avaliados que mantêm baixas reservas de capital".

Segundo a análise, que incide sobre o sector bancário de 11 países africanos - escolhidos por serem todos alvo de rating por parte da Moody"s e por terem pelo menos um banco sob escrutínio da agência -, a perspectiva de evolução global melhora de "negativa" para "estável", o que significa que, mantendo-se a conjuntura actualm não se esperam mudanças nos próximos 12 a 18 meses.

Apesar da melhoria nas previsões, a agência assinala que os riscos continuam e são principalmente negativos.

"Os riscos estão inclinados para uma descida, devido ao aumento global das taxas de juro, à subida do endividamento dos países e às pressões das moedas nacionais, para além de incertezas políticas e uma subida nas tensões comerciais", apontam os analistas.

Os especialistas lembram ainda que a divída pública também contribui para a "sensibilidade" dos bancos, acrescentando que os que "estão mais em risco" são os da Tunísia, Tanzânia e República Democrática do Congo. Angola, África do Sul e Nigéria também surgem no radar do risco, mas "em menor escala".

A Moody"s destaca ainda que "as regulações mais severas e a melhoria na supervisão, ainda que abaixo dos padrões globais, vai apoiar a estabilidade financeira" dos bancos africanos, sublinhando que, no caso de Angola, "as melhorias incluem o aumento do montante mínimo de capital".

Estas e outras melhorias no ambiente financeiro "vão ajudar a lidar com as questões de governação empresarial no passado e subscrições de crédito irregular que estiveram na base do recente falhanço dos bancos em Angola", lê-se no relatório da agência de rating.