De 2016 para 2017, Angola contou em mais de seis por cento para o engrossar das exportações portuguesas, apesar de a crise judicial e diplomática entre Luanda e Lisboa ter tido início no arranque do ano passado, sendo apenas ultrapassada pelo Brasil, com 8 por cento, fora do espaço económico europeu.

Foi em Fevereiro de 2017 que a crise, que ainda perdura, entre os dois países rebentou, com a anulação in extremis da visita da ministra da Justiça portuguesa, Francisca Van Dunem, e a suspensão sine die da visita do primeiro-ministro António Costa, a Angola.

Por detrás destes dois episódios está o processo judicial que envolve o ex-Presidente angolano, Manuel Vicente, na justiça portuguesa, no âmbito do caso "Operação Fizz", onde este é acusado de vários crimes, nomeadamente corrupção de falsificação de documentos e que Angola, como o Presidente João Lourenço já o disse, faz absoluta questão de que o processo seja transferido para o país no âmbito do acordo judicial existente.

No entanto, estes números, do Instituto Nacional de Estatística (INE) português e revelados pelo Negócios, mostram que com crise ou sem ela, Portugal continua a estar entre os maiores exportadores para Angola, sendo colocados em destaque os produtos alimentares, maquinaria e, entre outros, produtos químicos.

Curiosamente, foi no ano em que rebentou a crise entre os dois países que as importações angolanas a partir de Portugal inverteram a forte queda provocada pelos problemas económicos que se instalaram no país a partir de meados de 2014, ano em que o barril de petróleo caiu com estrondo nos mercados internacionais, passando Angola de 1º importador fora do espaço europeu para 9º lugar dos destinos das exportações portuguesas.