"Para este ano, as projecções têm sempre em conta o preço base, e isto é uma variável exógena que não depende de nós. Queremos ainda assim melhorar o valor do ano passado", disse Diamantino Pedro Azevedo, que falava aos jornalistas à margem do fórum de auscultação sobre a revitalização da política de comercialização de diamantes brutos no país, realizado ontem em Luanda.

O governante disse ainda que o sector que dirige pretende melhorar a política de comercialização de diamantes, com vista a atrair mais investimentos.

"Já existe uma política de comercialização. O que nós queremos é melhorar essa política no sentido de, primeiro, maximizar as receitas para o Estado, e segundo, também acautelar os interesses dos produtores e das empresas de comercialização".

Por outro lado, o ministro dos Recursos Minerais e Petróleos adiantou o objectivo de "criar incentivos" à instalação de empresas de lapidação de diamantes no país.

"Para isso, precisamos de melhorar toda a cadeia produtiva de exploração, transformação e comercialização de diamantes", apontou.

Segundo Diamantino Pedro Azevedo, é propósito também do Ministério dos Recursos Minerais e Petróleos melhorar a posição do país no contexto internacional, sobretudo na produção e comercialização de diamantes, com vista à maximização de receitas para o Estado.

"E isso pressupõe melhorarmos todos os aspectos que concorrem para o bom funcionamento dessa indústria, e assim como estamos a fazer na parte de prospeção, de exploração e do tratamento deste recurso mineral, também pretendemos fazê-lo na parte de comercialização dos diamantes", acrescentou.

O fórum sobre o comércio de diamantes brutos juntou em Luanda vários intervenientes directos e indirectos do sector da exploração e prospecção de diamantes, entre empresas públicas, operadores privados nacionais e estrangeiros e ainda membros do grupo de trabalho criado pelo Presidente para garantir maior transparência do negócio.

A quantidade de diamantes vendidos por Angola subiu quase quatro por cento entre 2016 e 2017, para 9,438 milhões de quilates, mas a quebra na cotação média por quilate permitiu apenas um ligeiro aumento no volume de vendas.

Segundo dados do Ministério das Finanças, em 2017 o país vendeu, globalmente, mais de 1.102 milhões de dólares em diamantes, um aumento neste caso inferior a 0,5%, face às vendas do ano anterior.

Em 2016, de acordo com os mesmos dados, cada diamante foi vendido, em média, a 121,1 dólares por quilate, valor que em 2017 diminuiu para 117,23 dólares.

Globalmente, as receitas fiscais geradas com a venda destes diamantes, o segundo maior produto de exportação, subiram 5% entre 2016 e 2017, para 14,7 mil milhões de kwanzas, entre Imposto Industrial e "royalties' pagos pelas empresas mineiras.

Segundo o Governo, com a entrada em operação do maior kimberlito do mundo, na mina do Luaxe, na província angolana da Lunda Sul, e de outros projetcos de média e pequena dimensão nas províncias diamantíferas das Lundas Norte e Sul, mas também em Malanje, Bié e no Kuando Kubango, Angola poderá duplicar a actual produção diamantífera anual já a partir deste ano.