A AFRAA quer que a União Africana interceda junto do Governo de Luanda para que este permita a imediata libertação de divisas que possibilite às suas associadas repatriarem o dinheiro que resulta das vendas no país.

Recorde-se que já hoje o ministro das Finanças da África do Sul divulgou a intenção do seu Governo pressionar o Governo angolano, assim que o novo Presidente tomar posse, de forma a permitir repatriar os lucros da South African Airlines (SAA) no país.

Angola deixou de ter acesso à abundância de divisas a que habituou as empresas estrangeiras a operar no país com a quebra abrupta no preço do petróleo a partir de 2014 e à crise económica e financeira que se lhe seguiu.

Recorde-se que, segundo estimativas da Associação Internacional de Companhias Aéreas (IATA), os fundos bloqueados em Angola somam já mais de 470 milhões de dólares, o que tem levado algumas companhias a protestar, estando na linha da frente das mais afectadas a SAA, a portuguesa TAP ou ainda a companhia namibiana Air Namibia, entre outras, como a Emirates, que, por essa razão, deixou o acordo que tinha para a gestão da TAAG e diminuiu os voos semanais de e para Luanda.

Na comunicação emitida à União Africana, a AFRAA chama a atenção para a "situação crítica" que as companhias associadas que operam para Angola vivem devido à "extrema dificuldade em repatriar o dinheiro das suas vendas".

A AFRAA diz que são pelo menos seis as companhias aéreas africanas que atravessam "sérias dificuldades" para retirar o seu dinheiro de Angola.

Face a esta situação "crítica", a AFRAA informa ainda a UA que integrou uma delegação composta ainda por elementos da IATA e da Associação de Linhas Aéreas da África Austral (AASA), que reuniu com o ministro dos Transportes, com o Governador do Banco Nacional de Angola e com o secretário de Estado das Finanças, em Junho, sem que se tenha conseguido obter "quaisquer resultados palpáveis".

Essa a razão pela qual a AFRAA, como a própria associação exprime em comunicado divulgado pela AIN, remeteu um pedido de intervenção à Comissão da União Africana para "pressionar Angola" por forma a que o Governo coloque este problema nas suas prioridades de alocação de divisas.

"Considerando a situação crítica em que se encontram as companhias áreas africanas, muitas a atravessar desafios de viabilidade, a vossa intervenção urgente é por demais necessária", diz a AFRAA na comunicação emitida à Comissão da UA, lembrando que as companhias africanas mais afectadas são a EgyptAir, Ethiopian Airlines, Kenya Airways, Royal Air Maroc, RwandAir e a South African Airways, com quem está a procurar agendar um encontro alargado para definir estratégias a seguir para encontrar soluções.