Em comunicado divulgado no seu site oficial, o BNA explica que possuir o mínimo regulamentar de fundos próprios é um "requisito necessário à continuidade da actividade bancária, nos termos da Lei de Bases das Instituições Financeiras".

O BNA adianta que, na "sequência da decisão", vai solicitar ao Procurador Geral da República que dê início ao processo de declaração de falência, o que deve ser pedido ao Tribunal Provincial de Luanda.

Os clientes deste banco são ainda informados que, " até ao dia 31 Janeiro de 2021, estarão disponíveis os canais habituais, nomeadamente a agência sede, rede Multicaixa, internet e mobile banking para efeitos de levantamentos e transferências dos respectivos saldos".

Para isso, recomenda o regulador, os clientes do Banco Kwanza devem manter "a serenidade", pedindo ainda para que "não se precipitem, evitando aglomerações desnecessárias" nas agências do banco.

O Banco Kwanza Investimento (BKI) tem o empresário angolano-suíço Jean-Claude Bastos de Morais, antigo gestor da maior parte dos activos do Fundo Soberano de Angola (FSDEA), como um dos seus principais accionistas.

Nas últimas semanas, o BKI esteve envolto em tentativas, sem sucesso, de realização de uma assembleia-geral de accionistas com o objectivo de determinar a sua falência e a sua dissolução.

O BNA, entretanto, já tinha determinado a obrigatoriedade de o BKI aceitar que os seus clientes movimentassem sem restrições as contas de forma a salvaguardar os seus depósitos perante a iminência da dissolução do banco.

A este banco, recorde-se, estava ainda ligado José Filomeno dos Santos, o filho mais velho do ex-Presidente José Eduardo dos Santos e ex-presidente do FSDEA, que, em conjunto com outros três réus, foi julgado por participação na tentativa de fraude e burla envolvendo a transferêrncia ilícita de 500 milhões de dólares para um banco helvético.

José Filomeno dos Santos foi condenado a pena de cadeia efectiva mas aguarda em liberdade decisão sobre recurso, tal como os restantes réus, enquanto Bastos de Morais estava envolvido noutro processo ligado ao FSDEA, tendo saído do País sem ser julgado por arquivamento do processo.

Este é o quarto banco a quem o BNA retira a licença em pouco mais de dois anos, tendo acontecido o mesmo ao Banco Mais, ao Banco Postal e ao BANC.