Segundo o governador do banco central, José de Lima Massano, que comentava a revogação das licenças dos bancos Postal e Mais pelo facto de não terem aumentado o capital social de 2,5 mil milhões para 7,5 mil milhões de kwanzas (de 7,06 milhões para 21,2 milhões de euros), o exercício resultará em novos ajustamentos e no reforço do capital social mínimo e os fundos próprios regulamentares.

Os bancos Mais e Postal cessaram na sexta-feira as actividades, depois de, a 02 deste mês, terem visto revogadas as suas licenças pelo BNA, enquanto órgão regulador da actividade bancária no país.

Lima Massano disse que, quando se iniciar o processo de avaliação dos activos, poderá assistir-se a casos de bancos com níveis de provisões aquém daquilo que são os riscos ainda desconhecidos por parte do banco central.

Para o efeito, acrescentou, o BNA tem estado a dialogar com os auditores externos da banca comercial, agora que estão a ser feitos os encerramentos das contas de 2018 e a ser preparadas as assembleias gerais, para que se assegure a adequada cobertura de todos os riscos que os bancos comerciais incorrem.

Porém, Lima Massano sublinhou que, deste exercício, poderá surgir a necessidade de ajustamento e reforço do aumento de capital, podendo eventualmente optar-se por vários cenários, em que não se excluem fusões ou encerramentos.

O exercício, iniciado pelo BNA em 2018, segundo o governador, visa evitar um eventual risco sistémico, ao assegurar a estabilidade do sistema financeiro angolano. "Estas não serão as únicas normas de prudência a serem adoptadas pelo BNA", disse.

Num universo de 30 bancos que operam no mercado angolano, os bancos Mais e Postal foram as primeiras instituições a sucumbir às medidas prudenciais adotadas pelo BNA, tendo como o foco o aumento do capital social e fundos próprios regulamentares.

Os dois bancos tinham de aumentar o capital social de 2,5 mil milhões, para 7,5 mil milhões até dia 31 de Dezembro de 2018, com base no aviso do banco central de 2/2018 de Fevereiro.

Sexta-feira, o BNA ordenou o encerramento compulsivo dos dois bancos privados por insuficiência de capital social, tendo revogado as licenças bancárias e requerido a declaração de falência para ambos.