O Presidente da República, João Lourenço, autorizou a despesa de 890 mil dólares "para contratação de serviços de consultoria para o acompanhamento da execução do Plano Intercalar, referentes às matérias sob responsabilidade do Ministério das Finanças (MINFIN)".
A informação consta do despacho presidencial n.º7/18, publicado em Diário da República no passado dia 6 de Fevereiro.
Segundo o documento, ao qual o Novo Jornal Online teve acesso, o apoio à instituição tutelada por Archer Mangueira será prestado pela empresa brasileira Tendências - Consultoria Integrada.
Fundada em 1996, a firma apresenta-se como "uma das maiores consultorias económicas do Brasil", que junta no seu corpo técnico cerca de 50 especialistas, "formados nas melhores escolas de economia do Brasil e exterior".
Da carteira de clientes exibida online fazem parte várias instituições financeiras, como o Standard Bank e o Santander, e empresas de vários segmentos, como a IBM, do mundo tecnológico, e a Avon, da indústria cosmética.
O contrato da Tendências com o MINFIN surge dias depois da visita de Archer Mangueira ao Brasil, que incluiu a assinatura de um memorando de entendimento, destinado a "alavancar futuros empréstimos e linhas de crédito para investimentos" em Angola.
O recurso a serviços de consultoria é explicado pela "necessidade da boa implementação das acções do Ministério das Finanças", previstas nos planos de reforma económica e financeira do Executivo.
Em causa está, por exemplo, a adopção de medidas de consolidação fiscal.
Recorde-se que o "Plano Intercalar - Outubro 2017 a Março 2018" percorre diversas áreas que vão do "controlo e melhoria da eficiência da despesa pública" ao "aumento da robustez das receitas tributárias", passando pela "consolidação e robustez da política monetária e cambial".
Já o Plano de Estabilização Macroeconómica "tem como elementos fundamentais a consolidação fiscal e a estabilização do mercado cambial, em torno dos quais se irão mover os demais domínios. As políticas dos sectores monetário, financeiro e real deverão ser conduzidas para o ajustamento fiscal e cambial, bem como para mitigar os efeitos adversos", informou no final do ano passado a Presidência da República.