O presidente da companhia sul-coreana DSME, Jeong Seong-rip, esteve recentemente em Angola para "dar o tudo por tudo" no sentido de desbloquear o impasse que se instalou na entrega de duas plataformas petrolíferas à Sonangol, adiada há meses.

Sem dinheiro para cumprir o contrato - que prevê o pagamento de 80% do valor da encomenda, no momento da entrega dos navios-sonda -, a petrolífera estatal tem vindo a protelar a conclusão do negócio, ultimamente "pendurado" por causa de um crédito.

Segundo noticia a imprensa sul-coreana, a Sonangol esteve em vias de obter parte do financiamento necessário para concluir a encomenda a partir de uma instituição da Noruega (Instituttet for eksportkreditt - GIEK), hipótese entretanto gorada.

A falta de liquidez angolana acabou por criar um buraco nas contas da DSME, que, através do seu presidente, terá assegurado em Luanda um compromisso para que a entrega das plataformas se concretize até 30 de Setembro.

Nos termos deste acordo, a Sonangol terá de pagar 800 milhões de dólares quando receber a encomenda, devendo o resto da dívida ser liquidada em acções.

Refira-se que a Sonangol e a DSME são parcerias desde 1985, sendo que a empresa sul-coreana é sócia da Sonangol na Paenel, empresa de metalomecânica pesada situada em Porto Aboim.

Além disso, a DSME construiu a maior unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência do mundo (FPSO, na sigla em inglês), a PazFlor, actualmente a operar no bloco 18 do offshore angolano.

A importância da relação entre as duas empresas ficou demonstrada poucos dias depois da tomada de posse da nova administração da petrolífera angolana, liderada por Isabel dos Santos, com a deslocação de uma delegação da Sonangol a Seul.