Este resultado financeiro para os cofres do Estado angolano, ainda segundo André Nunes, resulta, para além da venda da madeira, de licenciamentos, taxas, emolumentos e multas diversas no sector da exploração das madeiras das florestas de Angola, que têm como grande cliente internacional a China.

Nesta conferência de imprensa foi analisada a situação actual dos recursos florestais no país, tendo o secretário de Estado do Comércio explicado que Angola exportou, até Junho de 2017, cerca de 60 mil toneladas de madeira por cerca de 3,1 mil milhões de kwanzas o que corresponde a cerca de 21 milhões de dólares, menos 14 milhões que em 2016.

A Republica Popular da China foi o país que mais importou madeira serrada, 107 mil toneladas, seguido do Vietname 35, Portugal com 26, e Turquia com 24 mil toneladas.

Na ocasião, André Moda, Secretário de Estado para as Florestas, disse aos jornalistas que no âmbito da estratégia da diversificação da economia, a madeira foi catalogada como produto estratégico e espera-se que o seu aproveitamento nacional venha contribuir significativamente para as receitas do Estados, tal como acontece com os diamantes, rochas ornamentais e o petróleo.

"A campanha florestal 2017 foi prejudicada por diversas situações que provocavam constrangimentos no processo normal de corte, transportação e fiscalização da madeira", sendo o abate ilegal uma das principais causas desses constrangimentos, onde constam ainda as queimadas, entre outros.

Isto, porque André Moda atribuiu responsabilidade a cidadãos nacionais pela sobreexploração de madeira tendo em conta que estes beneficiam de facilidades de obtenção de licenças que posteriormente colocam ao serviço de interesses de empresas estrangeiras, especialmente chinesas.

"Infelizmente, estamos a gerir situações como este comportamento de fazer uso ilegal, mesmo a presença dos estrangeiros na posse dos nossos recursos, é devido ao comportamento do próprio cidadão nacional", sublinhou o governante.

Segundo André Moda, para campanha florestal de 2018 o quadro deverá mudar, devido à execução da nova modalidade para a exploração florestal, que deixará de ser através de licenças para passar a contratos de concessão, embora a lei seja clara ao impedir o trespasse de licenças, que só podem ser atribuídas a cidadãos nacionais ou a empresas de direito angolano.

Angola possui uma superfície de florestal avaliada em 69,3 milhões de hectares, o que representa 55,6% da sua superfície territorial, e uma reserva de madeira em 4,5 mil milhões de metros cúbicos de madeira comercial, um volume que não coloca em risco a sustentabilidade da floresta.