A chegada de João Lourenço ao poder permitiu a Angola avançar "na definição de uma agenda de reformas virada para a estabilidade macroeconómica e crescimento em benefício de toda a população", nota o FMI, no balanço da sua avaliação anual ao país.

Segundo a instituição, o novo Executivo "começou a implementar políticas destinadas a restabelecer a estabilidade macroeconómica e melhorar a governação, como a demissão de funcionários ligados ao Governo anterior".

O FMI destaca também "o arranque de investigações sobre o possível desvio de fundos em várias entidades públicas e a criação de uma unidade especializada de combate à corrupção", anunciada pelo sucessor de José Eduardo dos Santos.

Num olhar sobre o que descreve como "o caminho para a reforma económica" em Angola, o FMI conclui que o "novo Governo está empenhado em restabelecer a estabilidade macroeconómica e implementar reformas", lembrando que "a queda dos preços do petróleo e as políticas no período que antecedeu as eleições pressionaram a economia".

O ímpeto reformista do Executivo é igualmente destacado pelo FMI pela promoção do sector privado: "O novo Governo está a fazer esforços concertados para melhorar o ambiente de negócios".

Neste capítulo, a instituição refere a aprovação da Lei de Concorrência e a Lei do Investimento Privado. A primeira, nota o FMI, "estabelece um quadro para apoiar a concorrência nos mercados internos e lidar com práticas monopolistas em sectores-chave, como as telecomunicações e a produção de cimento", enquanto a outra "elimina barreiras de entrada ao investimento directo estrangeiro".

Apesar dos "ventos de mudança", o FMI lembra que Angola continua a apresentar "lacunas sociais grandes e generalizadas, o que abrange uma incidência da pobreza maior do que a prevista pelos níveis de rendimento, e taxas de mortalidade mais altas do que as dos seus pares na região".

O Fundo Monetário assinala ainda que os "gastos públicos são insuficientes em áreas cruciais, como a educação", recomendando ao país a adopção de "um programa de transferência condicionada de rendimento bem concebido poderia ajudar a aliviar a pobreza e outros problemas sociais".