Apesar de reconhecer que as mudanças implicam "grandes constrangimentos", numa primeira fase, Massano entende que os esforços são necessários para que o país se possa ajustar "ao novo contexto da economia, num ambiente já conhecido como o novo normal".

A posição do responsável do BNA foi transmitida na quinta-feira, 18, na 4.ª reunião plenária ordinária da I sessão legislativa da IV Legislatura, que teve como ponto único a discussão e a aprovação na generalidade da Proposta de Lei do Orçamento Geral do Estado para 2018.

Em resposta às inquietações apresentadas pelos deputados, o governador defendeu que "o exercício que estamos a fazer visa proteger a nossa economia, a nossa sociedade e ao mesmo tempo faz parte do processo de torná-la mais competitiva".

José de Lima Massano lembrou que no actual quadro, mantendo-se nível de despesas em moeda estrangeira, as reservas nacionais podem cair 50%.

"Nós no final do ano passado registámos uma queda de reservas na ordem dos 33% e mantendo-se as actuais circunstâncias e, assumindo-se que a nível da receita tenhamos um comportamento muito semelhante daquilo que foi 2017, a nível da despesa em moeda estrangeira, corremos o risco de no final deste ano registarmos uma quebra das nossas reservas em cerca de 50%", considerou.

Sobre a taxa de juro, recentemente ajustada pelo banco central de 16% para 18%, o responsável explicou que a medida pretende proteger os depósitos e controlar melhor a liquidez na economia.

Já em relação ao crédito, o governador lembrou que "o crédito em situação irregular está acima dos 30%" no país, situação que, a manter-se, poderá causar mais instabilidade ao sistema financeiro.