O ministro, que admitiu que essa operação representou uma "alteração substancial" do rácio da dívida pública governamental, acrescentou que em 2015, o rácio da dívida pública governamental - que excluiu o sector empresarial do Estado - era de 51% do Produto Interno Bruto (PIB). Contudo, após essa operação, o mesmo rácio disparou em 2016 e 2017, respectivamente, para 65% e 67% do PIB.

Esta operação aconteceu na altura em que Isabel dos Santos, filha do ex-chefe de Estado, José Eduardo dos Santos, estava na presidência do conselho de administração da Sonangol.

Archer Mangueira explicou que está em causa um financiamento de 10 mil milhões de dólares contraídos pela petrolífera "para fazer face ao programa de investimentos da Sonangol" e que "teoricamente" deveria "estar registado no balanço" da petrolífera, o que não aconteceu para não impedir a empresa de voltar a endividar-se.

"Iria causar um problema adicional à Sonangol. Iria piorar os rácios da Sonangol. Sendo o Estado o accionista principal da Sonangol, decidiu sobre a reclassificação deste financiamento na conta do Estado. Ou seja, deixou de estar nos livros da Sonangol e passou a ser considerado suprimento do accionista principal, Estado, à Sonangol", esclareceu.

Esta reclassificação, segundo Archer Mangueira, levou a uma quebra no rácio da dívida pública do sector empresarial, que desceu de 9,4% do PIB em 2016 para 7,3% no ano seguinte.

O ministro explicou que, em 2018, o Estado vai precisar de contrair 1,128 biliões de kwanzas de dívida, enquanto necessidades liquidas, e que 4,153 biliões de kwanzas serão para pagar o serviço da dívida actual, respeitante a este ano.