O Portal de Divulgação da Produção Nacional foi apresentado esta segunda-feira pelo secretário de Estado para Economia, Sérgio Santos, que informou que o site poderá ser usado por todos os produtores nacionais, independentemente do tamanho da sua produção e localização, sem qualquer custo.

Para os produtores acederem ao portal poderão utilizar o site www.ppn.co.ao, enquanto a informação para o público estará disponível através de um aplicativo móvel com o nome "Feito em Angola", que pode ser carregado através de qualquer tipo de sistema operativo de telefone.

"Com o aplicativo Feito em Angola, todos os cidadãos podem ter no seu telemóvel e à distância de um simples click os dados da produção feita em Angola, localizada nos 164 municípios do nosso país, nas 518 comunas e 44 distritos urbanos", informou o secretário de Estado, que avançou que o Executivo prevê igualmente, organizar nos municípios e cidades, feiras regulares de exposição e comercialização de produtos feitos em Angola.

O calendário desses eventos de exposição e comercialização será anunciado no aplicativo móvel "Feito em Angola", a partir do qual os participantes e expositores poderão registar-se.

Durante a conferência de imprensa para apresentação do portal, Sérgio Santos informou ainda que o Ministério da Economia elaborou uma lista de 54 produtos sobre os quais incidem medidas para acelerar a substituição das importações pela produção nacional, como embalagens de vidro, farinha de trigo, abacaxi, açúcar, água de mesa, feijão, ovos, óleo, cebola, sal e cimento.

O secretário de Estado explicou que os empresários que queiram importar um dos 54 produtos da lista podem fazê-lo apenas quando não houver produção interna suficiente e o importador demonstrar ter um contrato firmado com produtores nacionais para a compra dos produtos que pretende importar.

"Não se trata de proibir ou impedir as importações destes produtos, simplesmente será dada prioridade à produção interna. Como sabemos, a produção destes produtos e de outros ainda têm uma oferta deficiente, durante alguns anos teremos de importar estes produtos", disse.

"Depois de escoada a produção interna, fixados acordos de compra e a produção interna futura, tendo em conta o défice que houver, podemos perfeitamente importar, mas desta forma podemos garantidamente anunciar que quem se quer dedicar à produção nacional poderá fazê-lo por meio dos 54 produtos, a sua oferta terá de encontrar uma procura no mercado", explicou.

De acordo com Sérgio Santos, o Governo quer reverter a propensão actual de importação de farinha, por haver capacidade interna no país de mais de 500 mil toneladas por ano.

"Não é aceitável importar a farinha de trigo, temos de dar espaço às nossas moageiras de colocarem no mercado a farinha de trigo", concluiu.