Se a exoneração de Isabel dos Santos da Sonangol apanhou muitos (ou todos) de surpresa, a continuidade de José Filomeno dos Santos, "Zenu", na presidência do Fundo Soberano não causará menor surpresa, tendo em conta os escândalos de dimensão mundial que têm envolvido a instituição, nomeadamente os Panama e os Paradise Papers.

Com os rumores sobre uma possível exoneração menos ruidosos - depois de semanas de especulações que incluíram inclusive informações sobre um pedido de demissão -, a revista Jeune Afrique relança o "barulho".

De acordo com esta publicação, depois do afastamento de Isabel dos Santos da petrolífera angolana, e do fim de contratos da TPA com as empresas Westside Investments e Semba Comunicação, pertencentes a Welwitchia dos Santos, "Tchizé", e ao seu irmão José Eduardo Paulino dos Santos, Coréon Dú, Zenu é o herdeiro do ex-Presidente José Eduardo dos Santos que se segue na lista de exonerações do Chefe de Estado e do Executivo.

"Os dias também estarão contados para Filomeno", escreve a revista pan-africana.

"A exoneração ainda não aconteceu porque está em curso uma investigação às contas [do Fundo], e porque foi solicitada a sua colaboração [neste processo]", lê-se na Jeune Afrique, que cita "fonte bem informada", sem revelar a sua identidade.

Segundo a mesma fonte, os americanos seguem o caso com atenção, interesse que pode ter que ver com o processo de regresso dos dólares ao país.

Enquanto decorrem as averiguações, o Fundo Soberano anunciou ontem, 20, uma previsão de 40,5 milhões de dólares de lucro no terceiro trimestre de 2017, com activos totais avaliados em 5.030 milhões de dólares.