Segundo Isabel dos Santos, "a corrupção não é uma questão específica de um povo, ou de um país", devendo ser abordada como um problema "específico do ser humano", que "depende da educação que se tem, da mãe, do pai, do professor".

A posição da empresária foi apresentada ontem em Londres, durante uma sessão pública promovida pela multinacional de meios de comunicação Thompson Reuters.

Questionada sobre o peso da corrupção para o desenvolvimento de Angola e sobre a necessidade de combatê-la, Isabel dos Santos defendeu que é muito redutor limitar o debate sobre o país e essa problemática.

"A corrupção é como uma árvore que esconde a floresta. Acho que temos muitos problemas no meu país, esse não é o único problema", salientou a gestora.

De acordo com a empresária, entre os desafios nacionais encontra-se "o acesso equitativo a infra-estruturas e educação", a par da evolução demográfica.

"Tivemos um crescimento populacional muito significativo", apontou a primogénita de José Eduardo dos Santos, lembrando que é preciso notar que "mesmo que a economia angolana esteja a crescer bastante depressa", a demografia não tem ajudado.

Os números da ONU indicam que a população angolana está fixada em 29,8 milhões de habitantes, número que representa um crescimento de 10 milhões desde 2011.