Num primeiro olhar, as imagens parecem fazer parte de uma campanha da Sonangol para mostrar resultados. "Reduzimos para metade o custo de produção do barril", lê-se de um lado. "A nossa produção de gás cresceu 238%", aponta-se do outro, e, entre uma e outra mensagem, sobressai o logo e as cores da petrolífera nacional.

Mas, apesar da associação automática à companhia estatal, reforçada pelo título "Verdades Sonangol" e pelo hashtag #energiaparatransformar, a "campanha" promocional não é oficial: Foi lançada por Isabel dos Santos já depois de ter sido exonerada.

Os números, partilhados pela empresária no Facebook e no Instagram, extraem-se do balanço dos seus 17 meses de gestão, apresentado num comunicado divulgado ontem, dia da tomada de posse do novo conselho de administração da Sonangol.

Segundo a mensagem, à qual o Novo Jornal Online teve acesso, a gestão de Isabel dos Santos deixou à nova administração um financiamento no valor de 2 mil milhões de dólares, "com assinatura prevista para os próximos dias, que garantirá o pagamento de todos os cash calls relativos a 2017, permitindo, assim, chegar ao final do ano sem dívidas aos nossos parceiros".

A empresária assinala ainda, no comunicado, que a dívida financeira foi reduzida de 13 mil milhões de dólares para 7 mil milhões de dólares, e as receitas aumentadas de 14,8 mil milhões de dólares, em 2016, para 15,6 mil milhões de dólares em 2017.

Ao mesmo tempo, a ex-PCA refere que a sua gestão identificou "400 iniciativas de redução de custos", no valor de 1,4 mil milhões de dólares, "dos quais 380 milhões USD já foram efectivados, estando já em curso iniciativas que irão permitir uma poupança de 784 milhões USD".

A estes dados juntam-se: a subida da produção na refinaria de Luanda de 50 mil para 60 mil barris; a produção de "todo o jet fuel, combustível para aviões, necessário para Angola", permitindo igualmente exportar; a promoção de 400 quadros angolanos e a identificação de 200 futuros líderes.

"Iniciámos a geração de energia Eléctrica usando o gás produzido em Angola; em 2015 a P&P tinha um resultado operacional negativo de 859 milhões USD, reduzimos a perda para 256 milhões de USD em 2016, e em 2017 haverá um resultado operacional positivo de 100 milhões USD", lê-se ainda no comunicado.

Contas somadas, Isabel dos Santos frisa que, em poucos meses, a sua administração conseguiu "reequilibrar as contas da empresa, acabar com práticas nefastas do passado, mas também implementar uma verdadeira cultura de empresa organizada em torno de valores fundamentais, tais como, o sentido de responsabilidade colectiva e individual, a excelência na execução, o respeito mútuo e o espírito de equipa".