Segundo dados preliminares do último relatório sobre a Base Monetária Ampla do Banco Nacional de Angola (BNA), em Setembro estavam em circulação física no país 416.786 milhões de kwanzas (cerca de 1.200 milhões de euros), contra os 429.856 milhões de kwanzas (quase 1.240 milhões de euros) de Agosto.

Trata-se do segundo corte mensal consecutivo e o valor de dinheiro em circulação mais baixo em todo o ano de 2018.

A retirada de moeda de circulação pelo BNA é uma estratégia que permite valorizar a moeda nacional, travando a pressão cambial provocada pela cotação de moeda estrangeira (dólar e euro) no mercado paralelo, que serve de indicação a vários sectores.

Estes valores estão distantes, desde logo, do final de 2017, quando Angola tinha em circulação 527.550 milhões de kwanzas (1.618 milhões de euros, à taxa de câmbio actual).

Além disso, actualmente, a inflação acumulada, a 12 meses, em Angola, segue à volta dos 20% e só desde Janeiro o kwanza angolano já se depreciou cerca de 45% face ao euro.

A cotação do mercado paralelo e a taxa de câmbio oficial de divisas, face ao kwanza, têm vindo a convergir nas últimas semanas, com a aplicação do novo modelo de cambial flutuante, adoptado pelo BNA a 09 de Janeiro.

Angola vive desde finais de 2014 uma profunda crise financeira e económica, decorrente da quebra para metade nas receitas com a exportação de petróleo.