Apresentada há cerca de dois anos como um dos alicerces do modelo de reajustamento da organização do sector petrolífero, a Agência Nacional de Petróleos, aprovada pelo ex-Chefe de Estado, está em risco de ser envagetada, escreve a Africa Intelligence, publicação que se debruça sobre a realidade africana, com especial atenção para o sector da energia.

Segundo a Africa Intelligence, o presidente do conselho de administração da petrolífera estatal, Carlos Saturnino, expressou a sua oposição em relação ao projecto, durante a sua mais recente deslocação a Houston, cidade norte-americana do estado do Texas.

Na visita, recorda a publicação, o PCA da Sonangol encontrou-se com vários responsáveis do sector petrolífero no âmbito do Fórum Doing Business em Angola (Fazendo Negócios em Angola), e deixou claro que não acredita que essa Agência acrescente valor ao funcionamento do mercado, e lembrou que tratará custos suplementares.

A posição de Saturnino, que segundo a Africa Intelligence, é comum a vários outros altos quadros da Sonangol, contraria aquela que foi defendida, em Novembro do ano passado, pelo ministro dos Recursos Minerais e Petróleos, Diamantino Azevedo.

Na altura, o governante anunciou que a constituição de um grupo de trabalho para implementar a Agência Nacional de Petróleos, permitindo que a Sonangol "possa concentrar-se no seu objecto 'core', procurar, produzir, transformar e comercializar petróleo e outros produtos da cadeia".

O recuo agora antecipado pela Africa Intelligence atira para a gaveta mais um projecto aprovado por José Eduardo dos Santos, depois do "congelamento" da construção do porto da Barra do Dande, obra que chegou a ser adjudicada por 1.500 milhões de dólares pelo ex-Presidente.