Nota: Notícia alterada para corrigir as datas do processo de verificação dos activos dos bancos que operam no mercado nacional

Cerca de duas semanas depois de anunciar a revogação das licenças dos bancos Mais e Postal, o BNA admite estender a medida a outras instituições, assinala José de Lima Massano.

Em declarações à agência de informação financeira Bloomberg, o governador do banco central explica que o processo de verificação dos activos dos bancos que operam no mercado nacional deverá começar no segundo trimestre e terminar em Setembro.

O responsável relembra que aqueles que não conseguiram cumprir as exigências de aumento de capital determinadas pelo BNA "não poderão manter a licença bancária".

Em causa está o incumprimento da determinação do BNA, incluída num instrutivo de Fevereiro de 2018, que obrigava os bancos comerciais a proceder a um aumento de capital social de 2,5 mil milhões para 7,5 mil milhões de kwanzas.

Apesar de assinalar que os bancos fizeram um esforço "notável" para rastrear imparidades e melhor cobrir os riscos associados aos financiamentos, Massano avisa que "é possível que alguns bancos tenham de aumentar o capital, dada a magnitude dos seus empréstimos e a deterioração da qualidade do crédito".

O governador do BNA sublinha que a instituição que lidera não está preocupada com o número de bancos que operam no mercado, mas sim "focada em garantir que os fundos detidos pelos bancos são seguros".

A missão não decorre de motivações políticas, garante o responsável, rebatendo as especulações que surgiram a partir do encerramento dos bancos Mais e Postal, ligados a interesses do clã dos Santos.

"Em 2018 revogámos a licença do Ecobank Angola e essa questão não foi colocada", recordou Massano, que reafirma que "a única motivação para os ajustamentos estruturais em curso" é garantir a solvência e sustentabilidade dos bancos.