Apontado pelo Presidente da República para suceder a Isabel dos Santos na liderança da Sonangol, Carlos Saturnino Guerra Sousa e Oliveira regressa à petrolífera nacional pela porta grande, menos de um ano depois de um polémico afastamento.

Na altura, Dezembro de 2016, a exoneração do então presidente da Comissão Executiva da Sonangol Pesquisa & Produção (Sonangol P&P) foi justificada com o facto de a Sonangol P&P ter sido a empresa do grupo que "apresentou as maiores debilidades de gestão e consequentemente de desvios financeiros".

A explicação da administração de Isabel dos Santos para demitir Carlos Saturnino foi prontamente contestada pelo próprio, que a acusou de falta de ética.

"Não é correcto, nem ético, atribuir culpas à equipa que somente esteve a dirigir a empresa no período entre a segunda quinzena de Abril/2015 a 20-12-16", apontou Saturnino aquando da exoneração.

Bom gestor que conhece a empresa toda

Nascido há 60 anos, Carlos Saturnino, economista de profissão, tem no seu currículo passagens por empresas como a Sonils, Sonamet e Sonangol.

"É um hábil negociador. Foi durante mais de 10 anos director de negociação", aponta José Oliveira, do Centro de Estudos e Investigação Científica (CEIC) da Universidade Católica de Angola.

Segundo o especialista, citado pela agência Lusa, o novo PCA "fez grandes contratos" e tornou-se um expert na área, na qualidade de director de negociação

"Conhece o sistema por dentro e por fora. É um bom gestor e depois conhece a empresa toda" nota José Oliveira.

O responsável do CEIC assinala ainda que o sucessor de Isabel dos Santos está bem acompanhado.

"Leva para lá uma equipa que conhece a empresa toda, uns com mais experiência, outros com menos, mas tudo gente de dentro", salienta José Oliveira, antecipando como prioridade do novo homem forte da Sonangol "estabelecer um clima" que permita colocar a petrolífera "a funcionar, coisa que a antiga administração não fez", ao "considerar que quase todos os que já lá estavam eram inimigos".