Por detrás desta escalada, que já leva mais de duas semanas, estão, principalmente, as sanções norte-americanas ao Irão, por causa da saída de Washington do acordo nuclear, que vão entrar em vigor no início de Novembro e que os analistas estimam que possam retirar do mercado mais de 1,5 milhões de barris por dia (mbpd).

O Irão é o 3º maior produtor da Organização de Países Produtores de Petróleo (OPEP) e tem uma produção estimada, actual, de 4 mbpd.

Apesar de ter corrido ligeiramente em baixa após a abertura, o barril de Brent atingiu hoje os 83,27 USD, valor que já não era atingido desde meados de Novembro de 2014, ano em que teve lugar a derrocada do valor do crude, despoletando a mais grave crise económica de décadas em Angola, que ainda hoje se sente de forma intensa.

Por entre analistas que defendem que até ao final deste ano o barri atingirá os 100 USD e aqueles que entendem que isso não deverá suceder, a OPEP parece ter nas mãos o poder para decidir que futuro terá o crude.

Um aumento no seio da OPEP equivalente à diminuição prevista do petróleo iraniano colocado nos mercados poderia equilibrar o valor do barril nos actuais preços por mais tempo, embora isso pareça não vir a suceder para já, porque a Arábia Saudita e a Rússia, país que tem estado associado ao cartel desde finais de 2016, não mostram interesse em aumentar a produção para pressionar em baixa os mercados.

Este cenário é ainda composto pelo braço-de-ferro que o Presidente norte-americano, Donald Trump, tem em curso com a OPEP, a quem já exigiu publicamente um aumento da produção de forma a baixar os preços, acusando mesmo a organização de estar a "roubar" os EUA com esta estratégia de preços altos e encurtamento da produção.

Para já, os principais sites especializados têm apostado numa ascensão do barril até aos 100 USD entre Novembro e o final do ano.

Para além disso, o valor pode subir ainda mais face a novas medidas ambientais que vão entrar em vigor em 2020 no que diz respeito aos combustíveis permitidos no sector dos transportes marítimos, como o NJOnline descreve aqui.