As declarações de João Lourenço constam do discurso sobre o Estado da Nação, proferido esta manhã na Assembleia Nacional, na abertura da primeira sessão legislativa da IV Legislatura.

"Não descansaremos enquanto o país não tiver um banco central que cumpra estritamente e de forma competente com o papel que lhe compete, sendo governado por profissionais da área", indicou o Presidente da República.

Tendo em conta que o actual governador é jurista de formação, com especialização na área económica mas sem experiência anterior na banca, as palavras de João Lourenço sugerem que o mesmo já é "carta fora do baralho".

Por outro lado, a declaração indica que a actual liderança do banco central não tem sido competente no cumprimento do seu papel.

Entre as falhas identificadas, o sucessor de José Eduardo dos Santos apontou a forma como tem sido gerida a distribuição de moeda estrangeira no país.

"Vamos encontrar os melhores mecanismos para que as escassas divisas disponíveis deixem de beneficiar apenas a um grupo reduzido de empresas e passem a beneficiar os grandes importadores de bens de consumo e de matérias-primas e de equipamentos que garantam o fomento da produção nacional", prometeu.

"Importa impedir que a venda directa de divisas seja uma forma encapotada de exportação de capitais, sem o correspondente benefício para o país", acrescentou o Presidente da República, comprometendo-se ainda com um maior apoio às áreas da Procuradoria-Geral da República e do Serviços de Investigação Criminal, "responsáveis pelo combate à corrupção e aos crimes económicos e financeiros".