Num outro decreto, citado pela Lusa, o PR aprovou um crédito adicional de 3.000 milhões de kwanzas para o pagamento dos salários em atraso e da contribuição devida ao Instituto Nacional de Segurança Social, dos trabalhadores da Mecanagro.

Parte do valor aprovado servirá também para salários e contribuições à Segurança Social por parte da Sociedade de Desenvolvimento dos Perímetros Irrigados (SOPIR), criada em 2016 e igualmente tutelada pelo Ministério da Agricultura e Florestas.

O decreto refere que o crédito agora aberto deverá ser atribuído faseadamente, em função das necessidades de pagamento e determina também que o montante aprovado seja afecto à unidade orçamental do Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado.

Localizada no município de Viana, em Luanda, a Mecanagro tinha sido declarada inviável pelo ministro da Agricultura, Marcos Nhunga, que anunciava, em Maio de 2017, a extinção da empresa pública. Uns meses depois, em Outubro de 2017, os trabalhadores paralisaram a actividade por tempo indeterminado, em protesto contra os atrasos salariais.

Já a Sociedade de Desenvolvimento dos Perímetros Irrigados, criada em 2005 pelo conselho de ministros, possui um capital social mínimo de 20 mil dólares e é constituída pelo Instituto de Desenvolvimento Agrícola (IDA), que possui 25 por cento do capital, e pelo Instituto Angolano das Participações do Estado, que possui 75 por cento das acções de um capital social de 20 mil dólares.

A Sociedade de Desenvolvimento dos Perímetros Irrigados (SOPIR) foi constituída para gerir sete dos diversos perímetros irrigados do país, cuja reabilitação de infra-estruturas decorreram de 2001 a 2014 e custaram cerca de 140 milhões de dólares aos cofres do Estado.

No entanto, em Abril deste ano, a Angop dava conta de que a sociedade devia 2,5 mil milhões de Kwanzas aos funcionários, respeitantes a salários em atraso, e que muito do material pertencente à empresa tinha sido vandalizado.